terça-feira, 31 de maio de 2011

OS TUCANOS BICAM O MOVIMENTO DE DANÇA PAULISTA


Bem, lá vamos nós de novo
.
Eu sempre disse que os PSDB, DEM, PFL - é tudo a mesma coisa - tem no discurso uma coisa e na prática outra. É a cara deles. Assim, eles falam aquilo que a gente quer ouvir principalmente em períodos eleitorais, mas fazem a linha dos bons moços vestidos de azul, defensores da liberdade, dos direitos humanos, da pessoas e aquela ladainha característica.

Pois bem. Como se não bastasse que, logo depois de nós - SIM, NÓÓÓÓS - termos ajudado a eleger o "digníssimo" Sr. Geraldo Alckmin no 1º turno para governador desse Estado e termos recebido a notícia um dia depois do aumento das tarifas de ônibus e metrô e por conseguinte a CPTM, o aumento das contas luz e água, temos agora a informação que, do nada, o governador encerra as atividades do Teatro da Dança simplesmente desrespeitando todo um trabalho que os artitas estão desenvolvendo por anos.

Veja, o caso é grave: já é uma luta quando essa turma tem alguma iniciativa de política cultural séria e, quando tem, desmorona do nada. Assim, a deus dará!

E levou tempo para o pessoal da dança se articular dentro de um pensamento tão burocrático que todo o aparelhamento do Estado impõe. Esse desmoronamento atrasa toda essa conquista e coloca o movimento em estado de alerta e com inseguranças desnecessárias para um trabalho tão bem organizado e sustentado, principalmente, pela classe.

Mas, que não fiquemos nos chão caídos. A Cooperativa de Dança, presidida pelo respeitável Sandro Borelli, manda um manifesto e pede a nossa ajuda nessa assinutarua para que esse movimento ganhe eco, força e assim, faça esses bando de tucanos repensarem essa atitude.

Vamos aglutinar forças. Quando um movimento artístico perde, a arte como um todo perde.

Abaixo o Manifesto:

MANIFESTO EM REPÚDIO AO FECHAMENTO DO TEATRO DE DANÇA
(São Paulo)


A DANÇA, aqui representada pelos profissionais, intérpretes, coreógrafos, professores, produtores, pesquisadores, diretores de companhias, cooperativas, universidades, movimentos e coletivos organizados, trabalhadores da cultura do estado de São Paulo, REPUDIAM A DECISÃO AUTORITÁRIA do Governo do Estado de São Paulo, Sr. Geraldo Alckmin que, junto ao Secretário do Estado da Cultura, Sr. Andrea Matarazzo, ENCERRAM de forma arbitrária as atividades desenvolvidas no TEATRO DE DANÇA.

Ambos, Alckmin e Matarazzo, desconhecem e desrespeitam o legado histórico e artístico deste espaço cênico. Ambos não sabem que a produção, circulação e fruição dos bens culturais é um direito constitucional, etêm que ser preservados. Desconhecem as necessidades e especificidades da DANÇA, tanto quanto dos demais segmentos – circo, teatro, música, literatura, poesia, cinema, dentre outros.

Não sabem que todas as manifestações necessitam ser contempladas numa visão, além do mundo artístico-cultural, e principalmente, distante da política de eventos, política que se instaurou no estado de São Paulo nos últimos 20 anos, à revelia dos artistas e da sociedade.

A classe artística indignada com o fechamento do TEATRO DE DANÇA reivindica a sua manutenção !

Reivindica a participação plena da sociedade nos processos decisórios das políticas públicas voltadas à cultura.

Participem assinando e declarando seu apoio a esse manifesto
Cooperativa Paulista de Dança
Os signatários

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Felicidade algumas tequilas

Obrigado a todos os amigos que deram o apoio que precisávamos - sempre precisamos - para que o Neurofobia acontecesse.
Agora, com as dívidas de sempre e as vontades características, seguiremos em frente.
Abaixo, a comemoração de alguns do elenco representando a alegria de estarmos juntos.







SIM, SOMOS MAIS FELIZES COM TEQUILA!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A EXPECTATIVA DO ÚLTIMO FIM DE SEMANA




Essa edição do Neurofobia nos ensinou várias coisas. Obviamente que ela não começou nas estréias das peças e nem quando iniciamos os ensaios de cada processo, mas começou quando percebemos e identificamos qual seria o formtato necessário para essa comemoração.

E, no meio do caminho, vários erros nós cometemos mas também aqueles acertos de ponta!

Sem ficar aqui escrevendo os erros como um pseudo auto-conhecimento ou os acertos como prêmios, melhor será verificar que, de uma forma bela e estranha, maio foi mais um mês de amadurecimento para o grupo.

Contatos novos, relações renovadas, busca irrefreável pela qualidade em cada apresentação, lidar com o inesperado e com o esperado com novo vigor, o cansaço, o sorriso largo, apreensão, ou seja, cada semana um novo toque.

Apesar de estarmos na última semana de comemorações/apresentações, sabemos que virão outros desafios pra superar e novas expectativas e ansiedades pra fazer valer a pena tudo isso que fizemos para que os 7 anos do Teatro da Neura fosse mais uma coisa bacana pra se compartilhar.

E aí, fica o convite para que todos nós possamos, juntos, comemorar a luta, resistência e insistência dessa turma que se diverte muito com o que faz porque faz pra se divertir e não como disputa entre si ou com outros (aliás, o jogo já conhecido pela estrutura capitalista).

Sim, somos felizes juntos.

Lá vai o convite:

QUANDO AS MÁQUINAS PARAM - dia 27 de maio - sexta
Rua Antonio Bicudo, 72 - Nova Poá - Poá
Capacidade: 21 pessoas
as 20h

DOROTÉIA - dia 28 de maio - sábado
Galpão das Artes
as 20h

NOVA CANAÃ - dia 29 de maio - domingo
Galpão das Artes
as 19h


Bons sorrisos para quem estiver disposto.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eleições municipais e o chumbo clássico

Os cuidados que nós, artistas informadores e formadores (de si e quiçá, de outros) deve começar a nos tomar conta. Engana-se quem não vê atentamente que os projetos políticos já estão contamidos pelas eleições municipais que invadirão nossas cabeças em 2012.

E é notório que, com esse tipo de pensamento, mesmo que várias decisões ainda não estejam tomadas, as articulações nos bastidores estão a todo vapor. E a postura política dos artistas devem ter vários focos, mas sempre voltado para políticas mais sólidas e que sejam, de verdade, políticas de Estado e não aquela velha fórmula provinciana do balcão, mesmo que camuflada com boas intenções.

Política pública não se faz com boas intenções. As boas intenções sempre vão mudar de acordo com o conceito de boa intenção e, convenhamos amigos artistas, esses conceitos estão bem deturpados aqui na região do Alto Tietê.

Na áera teatral é possivel afirmar que não há nenhum pensamento que gire em torno de ajudar na continuidade de qualquer grupo, agrupamento ou artista individual para a realização de seus trabalhos. Ainda na lógica conservadora de se fazer política, a idéia de que "artista é meio vagabundo" - em maior ou menor grau - ainda persiste e norteia essa postura não muito diferente do que sempre foram as políticas culturais na nossa região.

Veja que nunca penso na dependência desses grupos ao dinheiro público, mas falo de equilíbrio das forças. Seguindo a linha de um populismo mais descarado ou mascarado, ainda o que vem de fora é mais importante, ganha mais dinheiro, mais prestígio do que os lutadores locais que escolheram suas cidades para seguir adiante com seus projetos/sonhos no máximo que seus orçamentos ajudam a fazer com o mínimo de dignidade suas obras artísticas.

Mas, como se sabe, com as eleições próximas, os candidatos virão na linha do pode ser pior se não nos eleger e criar nas nossas cabeças a insegurança clássica na tentativa de cedermos a essas deliciosas mentiras que fingimos acreditar de 4 em 4 anos.

E aprendi, com a minha pouca experiência nisso - e acho que sempre será pouca - que as mentiras sinceras só me interessam na vida amorosa, mas não na profissional.

Atenção amigos pois virá chumbo grosso envolvido com flores em 2012.

E o pós estréia?

Se você acabou de passar por uma estréia e tiver alguns desses sintomas não se preocupe: é a profissão que chama;
  • Ressaca pós estréia;
  • Sensação de dever cumprido;
  • Aquela respirada mas profunda;
  • Tranquilidade para as próximas apresentações;
  • Ajustes mais específicos depois da troca com a platéia;
  • Aquele pensamento de que "poderia ter sido melhor";
  • Aquele pensamento de que "na próxima apresentação vai ser melhor";
  • Terá ensaio nessa semana? (espero que não!);
  • O medo de dar errado nos mesmo lugares na próxima apresentação;
  • O sorriso de ter dado certo aquilo que pensamos que daria;
  • Contar os dias e as horas para a próxima apresnetação e viver tudo isso de novo, só que com mais segurança.
Acho que nessa semana v
ivemos um pouco disso. Mas acho que já faz uns 7 anos que estamos vivendo isso juntos. Que bom que sempre tivemos uma platéia pra compartilhar essa brincadeira toda.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O Encontro entre a academia e o Teatro da Neura







Foi uma troca bem interessante a que o Teatro da Neura teve com os alunos de Pedagogia e Letras da UNISUZ ontém (11/05) no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi.

Com o tema voltado para os trabalhos dramatúrgicos de Nelson Rodrigues, a universidade resolveu chamar o grupo para essa conversa através de Antonio Nicodemo, Tuane Vieira e Fernandes Junior.
Quando a academia resolve trocar vivências com a comunidade que a rodeia, acontece um fenômeno imprescindível para que a reflexão sobre a sociedade - função número 1 de qualquer universidade que se preze - se consolide: a troca.

Antes de mais nada é necessário a troca de informações e, dessa forma, a formação se torna mais plausível. As intervenções posteriores do público que lotou o Auditório Orlando Digênova incremetaram a noite depois dos palestrantes terem passado videos, fotos sobre o autor e também sobre seus trabalhos de A Serpente e Dorotéia.

Nada mais a dizer, esperamos que esses encontros sejam mais frequentes e que as parcerias mas fortalecidas. A academia e a comunicade agradecem!

Mas nós, do Teatro da Neura agradecemos a atenção dos estudantes da UNISUZ, a equipe pedagógica e ao Marco Aurélio Maida que é um grande amigo da cultura onde quer que ela esteja!

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Sensação de uma Estréia



A estréia de uma peça é um momento que nunca mais vai acontecer; temos alí tantas variações em jogo acontecendo na mesma hora e ao mesmo tempo que não haverá mais chance de se ver a não ser pela primeira vez mesmo.

E não mudou nessa última semana na estréia das 3 novas peças do Teatro da Neura a saber: Quando as Máquinas Param, Dorotéia e Nova Canaã.

Cada uma com as suas características específicas tiveram seus momentos que só acontecem pelo fato de estarmos lidando com uma estréia. E a platéia - testemunha ocular de tudo o que acontece no palco - é capaz de ver um espetáculo completamente puro na sua essência e liberto de algo já fechado. Será nesse momento - o da estréia principalmente - que as maiores modificações se dará na peça.

Por isso uma estréia é sempre um momento de congregação franca entre platéia e espetáculo. É um ritual onde as vontades, desejos, curiosidades, animação, apreensão, ansiedade se juntam em torno de uma proposta.

Agora, passado esse momento, é chegada a hora de se divertir mais. As trocas continuarão, mas a estréia já é coisa do passado.

Estréia com gosto de estréia!




Estrear Nova Canaã foi como querer provar do prato que você fez pela primeira vez e quer que tude dê certo. Então cuida de todos os detalhes e, por isso, dá um trabalho danado.

Era 18h40 e ainda estávamos arrumando cenário que, no fim das contas tivemos que dar um jeito na hora da peça porque não deu certo do jeito que planejamos. E a platéia alí, vendo como resolveríamos e, de certa forma, conosco na luta para que tudo desse certo.

Que difícil o momento do aqui/agora, mas também quanta experiência se ganha exatamente por viver esse aqui/agora!

Parece que ensaiamos para que nada saia do controle no dia da apresentação. Que esse dia tudo deve estar pronto, correto. E geralmente fazemos isso com certa precisão. Mas é bom viver essa sensação! O elenco, em comunicação constante teve que resolver em 2 minutos o momento de uma peça de 1h40. E se saíram muito bem.

As risadas vieram, a diversão também e assim todos saíram satisfeitos.

Nos outros dias as coisas estarã]o mais no controle e a troca virá de outra forma, talvez mais limpa e sem mistérios a resolver.

Isso sim é viver teatro heim.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dorotéia com as responsabilidades em cena




No dia 07/05 o Teatro da Neura passou por várias experiências: a da direção, preparação de elenco e proposta de encenação.

Com a estréia de Dorotéia, o grupo volta a encenar Nelson Rodrigues e um de seus textos mais simbólicos: Dorotéia. Quando, em 2006 a vez foi de A Serpente e uma encenação aberta a troca da platéia em espaços fora do cotidiano proposto em rubricas, tomamos um susto com a receptividade do público. Habituado a ver Nelson de forma já engessada, ao ver os cubos, arquibancadas, balanço e tudo mais, ficou impressionada.

Dessa vez, com Dorotéia a surpresa veio em forma de lidar com todos os símbolos no talo. força assim a platéia a pensar e lidar com espécies de pessoas não comuns ao cotidiano e, por isso, mais jogadas no campo psicológico.

É o Nelson com a direção nova e, por isso mesmo, com mais vigor, respirante.


Será uma temporada onde a experiência será fundamental para ser apreciada pela platéia que gosta de ir ao teatro e pensar.

"Máquinas", Neurofobia e o jogo puro




Sexta feira agitada nas imediações de Nova Poá.

Dia 06/05 era dia de estréia de "Quando as Máquinas Param" abrindo as comemorações de 7 anos do Teatro da Neura com o Neurofobia que ainda incluia mais duas estréias: Dorotéia e Nova Canaã.

Tava pra chegar o material gráfico, chegar os lanches do elenco e equipe técnica, arrumar últimos detalhes e, claro, ver se efetivamente o público se dirigiria para uma bairro distante pra ver uma peça de teatro. Estava aí a grande preocupação!

E foi uma grata surpresa quando percebemos que áestava o público e, melhor, no horário. Realmente tinha dado certo a proposta final. A proposta pela qual lutamos nesse processo. Restava agora acontecer o teatro. Com todas as complicações de uma estréia, fazer uma apresentação cara a cara e completamente diferente de tudo aquilo que o Teatro da Neura já experimentou foi gratificante.

E reside aí a proposta de experimentar... ainda.

Ainda estar disposto a se arriscar em meio a um grupo que já tem uma certa trajetória em curso é de uma coragem importante de se apreciar. Não porque somos bonos ou porque nossas peças são isso ou aquilo; mais porque ainda arriscamos e arriscar é uma iniciativa bem complexa no mundo que exige os acertos sempre.

Aprendemos muito com a platéia nesse dia e sabemos que, até o fim dessa temporada, novas possibilidades de brincar com tudo isso será bem mais gostoso.

E vamos juntos nisso. Esperamos vocês lá.