segunda-feira, 10 de maio de 2010
Lembranças de um tempo inútil
Há um assunto importante a ser tratado e que ainda não foi tocado nesse singelo blog que é o espaço onde as coisas acontecem - obviamente ligado a cultura - , os avanços que Suzano teve nos últimos anos e o quanto que isso não é algo isolado e sim uma postura de pensamento em sentido parecido.
E aí entra num ponto simples: o antes e o depois.
Gosto disso, porque as pessoas geralmente esquecem rápido quem nos ferra e nos sacaneia. E na política cultural, não podemos esquecer, porque eles podem melhorar em muita coisa, mas na área da cultura geralmente eles pioram.
E em Suzano tivemos a chance de vivermos esses dois momentos de forma clara - experiência única na região do Alto Tietê por enquanto.
Até 2005 Suzano era uma cidade morta culturalmente. Não que seu povo não estivesse criando suas coisas alí, no pequeno, mas não havia empenho em construir um pensamento diversificado para a cidade. Pra variar, seus antigos prefeitos - a maioria deles foi o sr Estevan Galvão do PSDB, DEMo, PFL - é tudo a mesma coisa - não fazia nada para que essas manifestações acontecessem.
Era um tal de festa disso, festa daquilo e o Centro Cultural realizava festas privês - testemunhados por mim mesmo - regados a wisky, vodka, e outros quitutes onde nós, probres mortais não tínhamos acesso.
Mas há dados mais interessantes que devem ser refrescados.
1 - Havia apenas 2 espaços culturais:
a) Centro Cultural onde fechava as portas as 16h30 de segunda a sexta - incluindo biblioteca - sem oficinas no período noturno - com a rara excessão do teatro que, tendo o Cleiton Pereira como orientador, sempre tentou romper a barreira preconceituosa e pequena dessas administrações;
b) Auditório Armando de Ré que era um espaço sucateado, com a fiação completamente irregular, equipamento detonado, ou seja, uma vergonha para qualquer administração decente.
Sem política pública qualquer, vivia de eventos sem nenhum comprometimento com a qualidade de comprometimento e participação de artistas locais. Afinal, ninguém fazia nada e éramos "de Suzano"oras, não temos essa competência!
2 - Sem quadros ligados a cultura na Administração
a) Eram burocratacas. Cerca de 80 funcionários e apenas 5 contratados como orientadores;
b) Com "toda essa gente", só dava pra atender cerca de 200 ou 300 pessoas em oficinas;
c) Sem projetos continuados, a Secretaria vivia da política do balcão, ou seja, se você for amigo do pessoal consegue, caso contrário "não temos orçamento para esse projeto".
3 - Seguia a mesmice que existe no Alto Tietê
a) Suzano era uma cidade igual as outras. Sem projetos, sem políticas públicas para cultura, com a classe desorganizada e fraca e completamente depedente do poder público para fazer suas poucas atividades.
b) Resistência aqui e acolá. Mas na base da porrada velada e das conquistas que achamos que nunca conseguiríamos. vivíamos no sonho e não na realidade.
Poderia citar outros itens bem interessantes. Mas pra você não desistir de ler acho que essa postagem servirá pra colocar a memória minimamente no lugar. Se caso você estiver vivendo coisa parecida na sua cidade, relaxe: já passamos por isso.
O que interessa é no que se transformou a cidade a partir de 2005.
Mas isso é pra já já.
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Amigos, boa tarde!
ResponderExcluirGostaríamos de informar que nosso espetáculo “Intolerância”, programado e divulgado em todo o material da Virada Cultural Paulista de Mogi das Cruzes para ser apresentado dia 23, às 16h30, no Casarão do Carmo, foi sumariamente transferido para a Praça do Carmo. Apesar de todas as argumentações feitas por nós, a organização foi irredutível e nos impôs a apresentação na praça. Nosso espetáculo não é de rua e usa detalhes de luz e som que não poderemos usar no novo local. E foi programado há mais de 02 meses para ser apresentado no Casarão do Carmo.
No entanto, faremos a apresentação em consideração ao público que já está avisado e convidado para tal.
Infelizmente quem comparecer ao local verá o “Intolerância” sem a estrutura de som e luz necessária ao espetáculo e prometida pela organização do evento e pela Secretaria Municipal de Cultura. Também estaremos sujeitos a todo tipo de interferência e ruídos da rua. Além disso, não nos foi confirmada a existência de acomodação (cadeiras ou assentos) para a platéia do espetáculo que tem a duração de 70 minutos.
Convidaremos o público que comparecer a esta apresentação a assistir a uma nova apresentação, GRATUITA, de nosso espetáculo com todos os recursos necessários ainda essa semana no Galpão Arthur Netto, em Mogi.
Para qualquer informação, ficamos a disposição.
Saudações a todos!