segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Só é trabalhador quem é da Cooperativa?



Pois bem, depois de uma longa jornada noite adentro, um fato relevante leva este blog a reiniciar suas humildes atividades.


Eis que sai o resultado do tão esperado edital público do MinC chamado PROCULTURA. Simplificando é uma iniciativa inédita no Brasil pois é uma tentativa de disseminar a verba própria do Ministério da Cultura em forma de edital pelo Fundo Nacional de Cultura. Bacana né?


Seria se, ao me deparar com a lista de classificados, não tivesse percebido que todos - repito, TODOS - os contemplados por São Paulo, não tivesse ligação com a Cooperativa Paulista de Teatro.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ah se todo sequestro fosse assim!



Completamente sintonizado com as movimentações que estão em curso desde o início do Governo Lula no que se refere a luta dos artistas brasileiros pelo protagonismo cultural a que o governo FHC (PSDB, DEM, PFL - é tudo a mesma coisa) quis mostrar impossível, a Cia do Escândalo rejuvenesce com a montagem "O Sequestro do Secretário de Cultura" que vai até o dia 18 de setembro no Galpão Arthur Netto, sede do grupo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Perguntas a um secretário de cultura sequestrado



Livremente inspirado no título da estréia do espetáculo da Cia do Escândalo "O Sequestro do Secretário de Cultura" que será de 27 de agosto a 18 de setembro sempre aos sábados e domingos as 20h no Galpão Arthur Netto em Mogi das Cruzes sob a direção de Manoel Mesquita Junior.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A mudança é no real e não no virtual



Depois de ler o texto de José Arbex Jr na revista Caros Amigos nº173 "Lulismo Fora do Eixo", me alertou para um fao simples mas que nós, enfiados nessa onda das redes sociais e percebendo as grandes movimentações que se deram nos últimos acontecimentos no Brasil e no mundo por conta das mudanças econômicas que se fazem necessárias e fundamentais, talvez confundimos essas ferramentas e nos iludimos ficando acomodados e nem sabemos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os dois ouvidos abertos



Se é pra faltar paciência, então que se falte em todas as esferas. Dois pesos e duas medidas não convém com manifestações que se predispõe a discutir políticas públicas mais amplas.

Apesar de sensata todas as reivindicações de alguns grupos de teatro em torno de políticas mais salutares para a arte no país e de estarem a fim de fazer um barulho a respeito disso, é no mínimo estranho que tenham uma postura tão radical no que se refere aos encaminhamentos que o Ministério da Cultura está fazendo e simplesmente não comentem a total falta de existência de política cultural séria no Estado de São Paulo que somos obrigados a viver por mais de 20 anos de governo tucano.

E tenho tranquilo que grandes artistas de luta inquestionável estão a frente desse movimento. No entanto é importante percebermos que podemos por mais caldo aí nesse feijão - se é que a panela não está tampada, é claro.

Se houve uma diminuição dos recursos da pasta em âmbito federal, é também grave o descaso com a distribuição dos recursos pra cultura no Estado. O único edital que o governo do Estado oferece é o PROAC. Pra um Estado do tamanho de São Paulo, é uma vergonha os recursos utilizados para essa ação.

Todas as outras ações não tem nenhum respaldo do governo. Projeto Ademar Guerra, Mapa Cultural entre outros é uma ótima idéia do governo mas que, quem arca com todos os custos são os municípios dentro daquela lógica "mas estamos dando tudo já, ainda querem mais?!". 

A independência é uma conquista árdua e devemos estar prontos para o que ela pede que é luta, persistência e coerência com as vontades de todos. E gostaria de ver nesse bolo os movimentos de artistas do Norte/ Nordeste que, pela primeira vez, provaram de políticas culturais e devem estar contentes com os avanços federais. 

Se efetivamente é preciso pagar os editais aprovados a partir do ano passado, é importante ressaltar que o unico edital que o Governo Tucano tem aqui é o PROAC que, todos sabem, se transformou num mercado paralelo de ficha técnica onde nem sempre quem assina a determinada função irá cumprí-la na prática levando porcentagem da grana. Isso sem falar da falta de apoio a grupos da grande SP e interior do Estado que vivem a míngua nesse caso uma vez que, de tão poucos recursos destinados a essa ação, a rotatividade de artistas e grupos gerlamente é bem pouca.

Qual mercantilização é pior que a do neoliberalismo que no detona e que ainda rege boa parte das políticas públicas desse Estado? Quem foi que iniciou a conversa sobre as mudanças da Lei Rouanet? FHC ou LULA? Quem principiou as conversas da PEC 150? FHC ou LULA? 

Lembremos que, quando  José Serra (PSDB, DEM, PFL - é tudo a mesma coisa) entrou como prefeito da cidade de São Paulo, uma das primeiras medidas foi tentar acabar com a Lei de Fomento ao Teatro. Graças a luta e articulação de muitos - mas não todos, sempre - a Lei prosseguiu.

Dessa forma percebemos a importância do movimento, mas sua fragilidade quando se tranca as portas da FUNARTE  que já foi palco de várias tentativas de desmonte pelos outros governos e não por esse projeto que não só revitalizou, como reformou suas dependências que, convenhamos, estava em frangalhos. Impedir artitas de se apresentar é, no mínimo, uma postura anti democrática, facista e diria até mimada pois parece que é ilegítimo querer trabalhar a partir de crítérios que, com certeza 100% dos grupos que estão lá reivindicando mandaram projetos.
Se quer reivindicar, é livre também aqueles que querem fazer seu trabalho. Não é a tôa que todos alí estão se revezando: porque trabalham em outros lugares.
E pra terminar, desejo solidariedade aos nobres que lutam, mas cautela aos equivocados. Nada é unânime e surgiro que leiam as determinações da Conferência de Cultura que nos apontam caminhos bem legais e discutidos em ordem federal e não apenas regional como é a manifestação aqui em São Paulo e SÓ em São Paulo (diga-se de passagem).

Fernandes Junior - diretor do Teatro da Neura
também um lutador e trabalhador da cultura

quarta-feira, 27 de julho de 2011

E lá vamos nós contra o AI-5 Digital




Bem, que a direita desse país é atrasada e não suportou um operário nordestino presidente da república e agora tem que engolir guela abaixo uma mulher presidenta - indicada pelo próprio operário, diga-se de passagem - já é de conhecimento geral. Até porque se percebe nos olhares. 

Mas o que poucos é que agora eles querem atacar aquilo que não podem controlar: a internet. É sabido em pesquisa recente feita pelo IBOPE que a diferença eleitoral na última eleição foi bem menor entre os cadidatos Dilma (PT), Serra (PSDB, DEM, PFL - é tudo a mesma coisa), e Marina (pseudo - PV) quando se tratava de usuários de internet.

Claro que era assim: quem ainda tem a maioria dos computadores com internet em banda larga no Brasil é a classe média brasileira.
De olho nessa tendência de mais e mais pessoas se apoderarem dessa ferramenta de comunicação e tentando acabar de vez com a crescente onda de pessoas que estão se utilizando da web para expressar suas opiniões sobre política, mulheres, filmes, futebol, Justin Bierber, enriquecimento de Urânio e BBB 231, aparece o clássico reacionário Dep Federal Eduardo Azeredo (PSDB, DEM, PFL - é tudo a mesma coisa) querendo lançar uma série de restrições sobre o tema. 

Pra variar, com sugestões atrasadas.

Mas, para isso há uma turma beeeem competente aqui mesmo na região do Alto Tietê articulado com o que há de mais moderno de inteligente sobre o tema organizando um encontro fabuloso sobre o tema.

Os blogueiros do Alto Tietê o organizar no dia 30 de julho o Debate sobre o AI-5 Digital. Sacados e plugados como sempre, fazem coro a milheres de pessoas que querem ter seus direitos respeitados de se expressar e não ficar aí a mercê de serem passivos vendo apenas a Folha de S. Paulo, o Estadão, a Globo e tantas outras das midias gordas (que nem são tantas assim mas são bem fortes) nos dizer o que devemos pensar.

E terá palestrantes bem legais.

Seja como for, informe-se, aglutine, avance e deixa de ficar só digitando. Para continuarmos digitando temos que começar a cerrar os punhos e ir a luta.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O brilho no olho




Assunto delicado essa de fomento a grupos de teatro - ou de arte. 

Fico as vezes vendo videos na internet de montagens de grupos que não são fomentados, patrocinados, quicá apoiados e percebo, ainda, certo brilho no olhar, perdido entre a vontade de fazer um bom trabalho e a técnica que, nesse caso, passa a estar próximo, mas não o mais importante.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Muita gente de fora



Do site Itau Cultural

  ana luiza aguiar  

Machado de Assis, Mutantes, Di Cavalcanti, bossa nova, Cacilda Becker, Chico Buarque, Chico Science, Cidade de Deus, samba, caboclinho, Pagu, Secos & Molhados, Tati Quebra Barraco, O Quatrilho, Romero Brito, Gerald Thomas, Augusto dos Anjos, O Pagador de Promessas, Sebastião Salgado, Glauber Rocha, boi-bumbá, frevo, Rita Lee, Roberto Carlos, Portinari, Fernando Meirelles, Rubem Fonseca, Chitãozinho & Xororó. Você pode até não gostar de todos, mas sente orgulho da diversidade cultural brasileira, certo? Apesar de reconhecer a riqueza de nossa arte e cultura, o povo brasileiro, segundo a última pesquisa sobre os hábitos de consumo cultural divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em novembro de 2010, não a usufrui em sua plenitude: cerca de 70% da população nunca foi a museus ou a centros culturais e pouco mais da metade dos brasileiros nunca vai a cinemas. Para completar, 51,5% nunca vão a shows de música.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Classe, gênero e teatro


Pra quem tiver estômago!

Da Revista Caros Amigos

Por Fernando Kinas

A análise da realidade e dos indicadores sociais brasileiros mostra um quadro alarmante sobre a situação das mulheres: salários inferiores aos dos homens para funções equivalentes; violências de todo tipo, das agressões domésticas aos estupros e crimes considerados passionais; visão sexista dos meios de comunicação, em especial através da publicidade; realização de abortos sem amparo médico ou psicológico por parte do Estado; exploração sexual, inclusive na infância e adolescência; assédio e humilhações no ambiente de trabalho e nas ruas; número insuficiente de creches e de vagas no ensino fundamental (que confinam ainda mais as mulheres ao âmbito privado e doméstico); tráfico de meninas e mulheres; participação desigual nos espaços políticos de representação; desrespeito à livre orientação sexual; ordenamento jurídico discriminatório; jornadas duplas ou triplas de trabalho.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Nem toda ressaca precisa ser ruim


Depois de acontecer o 1º Festival de Teatro de Suzano, os grupos resolveram realizar a Ressaca do Festival e se reencontrar para novas apresentações.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O EXERCÍCIO DA DIFERENÇA


 
Por que uma agrupamento de pessoas passa boa parte do seu tempo em torno de pensamentos conflitantes, desejos variados, idéias diferentes sobre a mesma coisa, experiências diversas, acúmulos díspares resultantes de formas de viver e escolhas que fizeram e, ainda asism, decidem permanecer juntos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

QUANDO AS MÁQUINAS PARAM PROSSEGUE




E não é que vem dando certo?
Depois de um convite hiper carinhoso da Troupe Parabolandos, o Teatro da Neura estreou Quando as Máquinas Param no Espaço Cultural do grupo.

Felicidade sem fim, e com poucas dificuldades no manejo da coisa, foi uma bela apresentação num dia bem frio. 

Agora é cuidar para que as outras apresentações sejam melhores, mais prazerosas e que a platéia fique mais a vontade ainda. 
E não é que aprendi mais ainda com essa apresentação?

Valeu Troupe Parabolandos. Parceiros sempre.

Então, vamos para as informações bacanas da peça:

Quando as Máquinas Param de Plínio Marcos
Temporada dias 04, 11 e 18 de junho as 20 horas

Elenco: Leopoldo Dias e Vanessa Alves
Direção: Fernandes Junior
Duração: 65 minutos
Capacidade: 25 pessoas

Local:
Espaço Cultural Troupe Parabolandos
Rua Antonio Marques Figueira, 591
Centro de Suzano

Ingresso: R$ 10,00 com meia entrada para estudantes e classe artística

terça-feira, 31 de maio de 2011

OS TUCANOS BICAM O MOVIMENTO DE DANÇA PAULISTA


Bem, lá vamos nós de novo
.
Eu sempre disse que os PSDB, DEM, PFL - é tudo a mesma coisa - tem no discurso uma coisa e na prática outra. É a cara deles. Assim, eles falam aquilo que a gente quer ouvir principalmente em períodos eleitorais, mas fazem a linha dos bons moços vestidos de azul, defensores da liberdade, dos direitos humanos, da pessoas e aquela ladainha característica.

Pois bem. Como se não bastasse que, logo depois de nós - SIM, NÓÓÓÓS - termos ajudado a eleger o "digníssimo" Sr. Geraldo Alckmin no 1º turno para governador desse Estado e termos recebido a notícia um dia depois do aumento das tarifas de ônibus e metrô e por conseguinte a CPTM, o aumento das contas luz e água, temos agora a informação que, do nada, o governador encerra as atividades do Teatro da Dança simplesmente desrespeitando todo um trabalho que os artitas estão desenvolvendo por anos.

Veja, o caso é grave: já é uma luta quando essa turma tem alguma iniciativa de política cultural séria e, quando tem, desmorona do nada. Assim, a deus dará!

E levou tempo para o pessoal da dança se articular dentro de um pensamento tão burocrático que todo o aparelhamento do Estado impõe. Esse desmoronamento atrasa toda essa conquista e coloca o movimento em estado de alerta e com inseguranças desnecessárias para um trabalho tão bem organizado e sustentado, principalmente, pela classe.

Mas, que não fiquemos nos chão caídos. A Cooperativa de Dança, presidida pelo respeitável Sandro Borelli, manda um manifesto e pede a nossa ajuda nessa assinutarua para que esse movimento ganhe eco, força e assim, faça esses bando de tucanos repensarem essa atitude.

Vamos aglutinar forças. Quando um movimento artístico perde, a arte como um todo perde.

Abaixo o Manifesto:

MANIFESTO EM REPÚDIO AO FECHAMENTO DO TEATRO DE DANÇA
(São Paulo)


A DANÇA, aqui representada pelos profissionais, intérpretes, coreógrafos, professores, produtores, pesquisadores, diretores de companhias, cooperativas, universidades, movimentos e coletivos organizados, trabalhadores da cultura do estado de São Paulo, REPUDIAM A DECISÃO AUTORITÁRIA do Governo do Estado de São Paulo, Sr. Geraldo Alckmin que, junto ao Secretário do Estado da Cultura, Sr. Andrea Matarazzo, ENCERRAM de forma arbitrária as atividades desenvolvidas no TEATRO DE DANÇA.

Ambos, Alckmin e Matarazzo, desconhecem e desrespeitam o legado histórico e artístico deste espaço cênico. Ambos não sabem que a produção, circulação e fruição dos bens culturais é um direito constitucional, etêm que ser preservados. Desconhecem as necessidades e especificidades da DANÇA, tanto quanto dos demais segmentos – circo, teatro, música, literatura, poesia, cinema, dentre outros.

Não sabem que todas as manifestações necessitam ser contempladas numa visão, além do mundo artístico-cultural, e principalmente, distante da política de eventos, política que se instaurou no estado de São Paulo nos últimos 20 anos, à revelia dos artistas e da sociedade.

A classe artística indignada com o fechamento do TEATRO DE DANÇA reivindica a sua manutenção !

Reivindica a participação plena da sociedade nos processos decisórios das políticas públicas voltadas à cultura.

Participem assinando e declarando seu apoio a esse manifesto
Cooperativa Paulista de Dança
Os signatários

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Felicidade algumas tequilas

Obrigado a todos os amigos que deram o apoio que precisávamos - sempre precisamos - para que o Neurofobia acontecesse.
Agora, com as dívidas de sempre e as vontades características, seguiremos em frente.
Abaixo, a comemoração de alguns do elenco representando a alegria de estarmos juntos.







SIM, SOMOS MAIS FELIZES COM TEQUILA!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A EXPECTATIVA DO ÚLTIMO FIM DE SEMANA




Essa edição do Neurofobia nos ensinou várias coisas. Obviamente que ela não começou nas estréias das peças e nem quando iniciamos os ensaios de cada processo, mas começou quando percebemos e identificamos qual seria o formtato necessário para essa comemoração.

E, no meio do caminho, vários erros nós cometemos mas também aqueles acertos de ponta!

Sem ficar aqui escrevendo os erros como um pseudo auto-conhecimento ou os acertos como prêmios, melhor será verificar que, de uma forma bela e estranha, maio foi mais um mês de amadurecimento para o grupo.

Contatos novos, relações renovadas, busca irrefreável pela qualidade em cada apresentação, lidar com o inesperado e com o esperado com novo vigor, o cansaço, o sorriso largo, apreensão, ou seja, cada semana um novo toque.

Apesar de estarmos na última semana de comemorações/apresentações, sabemos que virão outros desafios pra superar e novas expectativas e ansiedades pra fazer valer a pena tudo isso que fizemos para que os 7 anos do Teatro da Neura fosse mais uma coisa bacana pra se compartilhar.

E aí, fica o convite para que todos nós possamos, juntos, comemorar a luta, resistência e insistência dessa turma que se diverte muito com o que faz porque faz pra se divertir e não como disputa entre si ou com outros (aliás, o jogo já conhecido pela estrutura capitalista).

Sim, somos felizes juntos.

Lá vai o convite:

QUANDO AS MÁQUINAS PARAM - dia 27 de maio - sexta
Rua Antonio Bicudo, 72 - Nova Poá - Poá
Capacidade: 21 pessoas
as 20h

DOROTÉIA - dia 28 de maio - sábado
Galpão das Artes
as 20h

NOVA CANAÃ - dia 29 de maio - domingo
Galpão das Artes
as 19h


Bons sorrisos para quem estiver disposto.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eleições municipais e o chumbo clássico

Os cuidados que nós, artistas informadores e formadores (de si e quiçá, de outros) deve começar a nos tomar conta. Engana-se quem não vê atentamente que os projetos políticos já estão contamidos pelas eleições municipais que invadirão nossas cabeças em 2012.

E é notório que, com esse tipo de pensamento, mesmo que várias decisões ainda não estejam tomadas, as articulações nos bastidores estão a todo vapor. E a postura política dos artistas devem ter vários focos, mas sempre voltado para políticas mais sólidas e que sejam, de verdade, políticas de Estado e não aquela velha fórmula provinciana do balcão, mesmo que camuflada com boas intenções.

Política pública não se faz com boas intenções. As boas intenções sempre vão mudar de acordo com o conceito de boa intenção e, convenhamos amigos artistas, esses conceitos estão bem deturpados aqui na região do Alto Tietê.

Na áera teatral é possivel afirmar que não há nenhum pensamento que gire em torno de ajudar na continuidade de qualquer grupo, agrupamento ou artista individual para a realização de seus trabalhos. Ainda na lógica conservadora de se fazer política, a idéia de que "artista é meio vagabundo" - em maior ou menor grau - ainda persiste e norteia essa postura não muito diferente do que sempre foram as políticas culturais na nossa região.

Veja que nunca penso na dependência desses grupos ao dinheiro público, mas falo de equilíbrio das forças. Seguindo a linha de um populismo mais descarado ou mascarado, ainda o que vem de fora é mais importante, ganha mais dinheiro, mais prestígio do que os lutadores locais que escolheram suas cidades para seguir adiante com seus projetos/sonhos no máximo que seus orçamentos ajudam a fazer com o mínimo de dignidade suas obras artísticas.

Mas, como se sabe, com as eleições próximas, os candidatos virão na linha do pode ser pior se não nos eleger e criar nas nossas cabeças a insegurança clássica na tentativa de cedermos a essas deliciosas mentiras que fingimos acreditar de 4 em 4 anos.

E aprendi, com a minha pouca experiência nisso - e acho que sempre será pouca - que as mentiras sinceras só me interessam na vida amorosa, mas não na profissional.

Atenção amigos pois virá chumbo grosso envolvido com flores em 2012.

E o pós estréia?

Se você acabou de passar por uma estréia e tiver alguns desses sintomas não se preocupe: é a profissão que chama;
  • Ressaca pós estréia;
  • Sensação de dever cumprido;
  • Aquela respirada mas profunda;
  • Tranquilidade para as próximas apresentações;
  • Ajustes mais específicos depois da troca com a platéia;
  • Aquele pensamento de que "poderia ter sido melhor";
  • Aquele pensamento de que "na próxima apresentação vai ser melhor";
  • Terá ensaio nessa semana? (espero que não!);
  • O medo de dar errado nos mesmo lugares na próxima apresentação;
  • O sorriso de ter dado certo aquilo que pensamos que daria;
  • Contar os dias e as horas para a próxima apresnetação e viver tudo isso de novo, só que com mais segurança.
Acho que nessa semana v
ivemos um pouco disso. Mas acho que já faz uns 7 anos que estamos vivendo isso juntos. Que bom que sempre tivemos uma platéia pra compartilhar essa brincadeira toda.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O Encontro entre a academia e o Teatro da Neura







Foi uma troca bem interessante a que o Teatro da Neura teve com os alunos de Pedagogia e Letras da UNISUZ ontém (11/05) no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi.

Com o tema voltado para os trabalhos dramatúrgicos de Nelson Rodrigues, a universidade resolveu chamar o grupo para essa conversa através de Antonio Nicodemo, Tuane Vieira e Fernandes Junior.
Quando a academia resolve trocar vivências com a comunidade que a rodeia, acontece um fenômeno imprescindível para que a reflexão sobre a sociedade - função número 1 de qualquer universidade que se preze - se consolide: a troca.

Antes de mais nada é necessário a troca de informações e, dessa forma, a formação se torna mais plausível. As intervenções posteriores do público que lotou o Auditório Orlando Digênova incremetaram a noite depois dos palestrantes terem passado videos, fotos sobre o autor e também sobre seus trabalhos de A Serpente e Dorotéia.

Nada mais a dizer, esperamos que esses encontros sejam mais frequentes e que as parcerias mas fortalecidas. A academia e a comunicade agradecem!

Mas nós, do Teatro da Neura agradecemos a atenção dos estudantes da UNISUZ, a equipe pedagógica e ao Marco Aurélio Maida que é um grande amigo da cultura onde quer que ela esteja!

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Sensação de uma Estréia



A estréia de uma peça é um momento que nunca mais vai acontecer; temos alí tantas variações em jogo acontecendo na mesma hora e ao mesmo tempo que não haverá mais chance de se ver a não ser pela primeira vez mesmo.

E não mudou nessa última semana na estréia das 3 novas peças do Teatro da Neura a saber: Quando as Máquinas Param, Dorotéia e Nova Canaã.

Cada uma com as suas características específicas tiveram seus momentos que só acontecem pelo fato de estarmos lidando com uma estréia. E a platéia - testemunha ocular de tudo o que acontece no palco - é capaz de ver um espetáculo completamente puro na sua essência e liberto de algo já fechado. Será nesse momento - o da estréia principalmente - que as maiores modificações se dará na peça.

Por isso uma estréia é sempre um momento de congregação franca entre platéia e espetáculo. É um ritual onde as vontades, desejos, curiosidades, animação, apreensão, ansiedade se juntam em torno de uma proposta.

Agora, passado esse momento, é chegada a hora de se divertir mais. As trocas continuarão, mas a estréia já é coisa do passado.

Estréia com gosto de estréia!




Estrear Nova Canaã foi como querer provar do prato que você fez pela primeira vez e quer que tude dê certo. Então cuida de todos os detalhes e, por isso, dá um trabalho danado.

Era 18h40 e ainda estávamos arrumando cenário que, no fim das contas tivemos que dar um jeito na hora da peça porque não deu certo do jeito que planejamos. E a platéia alí, vendo como resolveríamos e, de certa forma, conosco na luta para que tudo desse certo.

Que difícil o momento do aqui/agora, mas também quanta experiência se ganha exatamente por viver esse aqui/agora!

Parece que ensaiamos para que nada saia do controle no dia da apresentação. Que esse dia tudo deve estar pronto, correto. E geralmente fazemos isso com certa precisão. Mas é bom viver essa sensação! O elenco, em comunicação constante teve que resolver em 2 minutos o momento de uma peça de 1h40. E se saíram muito bem.

As risadas vieram, a diversão também e assim todos saíram satisfeitos.

Nos outros dias as coisas estarã]o mais no controle e a troca virá de outra forma, talvez mais limpa e sem mistérios a resolver.

Isso sim é viver teatro heim.