terça-feira, 22 de dezembro de 2009

4° Panetone Cênico congregou para 2010

Houve, dia 19 e 20 de dezembro de 2009 mais uma celebração das artes cênicas em Suzano: o 4° Panetone Cênico.

Deve-se salientar que, desta vez, foi incrível a participação dos artistas no evento tanto nas apresentações oficiais como nas intervenções. Não há como negar, pra quem esteve no evento, como o público gosta de participar de uma forma bem dinâmica.

Me perguntaram o que eu achava das peças que por lá passaram - 16 ao todo. Disse que não conseguia avaliar por esse ângulo, por dois motivos básicos: não vi todos os espetáculos e também porque a maioria tiveram que se adaptar ao pouio tempo que tiveram para montar suas coisas.

É por isso mesmo que acredito na força do Panetone. É um envolvimento que, sem a classe artística, simplesmente não acontece. E saibam que nada tem a ver com dinheiro ou cachê que os grupos recebem - que costumo chamar de ajuda de custo. Esse sucesso tem a ver com o compromisso que cada um teve para chamar seus convidados não somente para suas peças ,ams também para a atividade inteira.

Esse teve um gosto a mais porque a APAC teve um comprometimento com o público. Sorteou panetones, camisetas e brindou a platéia que ficou na parte da manhã com um humilde mas precioso café da manhã.

E quando pensamos no público, acho que pensamenos no teatro também. Porque estamos respeitando aqueles que saíram de suas casas com o comprometimento de se divertir. Isso é formação de público e preocupação com o movimento que está se organizando e acredito que em pouco tempo será referência em política cultural na região.

Agora meus amimgos, é descansar. Temos grandes missões a cumprir ano que vem e as coisas virão a galope. Que tomemos cuidado para que não sejamos atropelados.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fiz o que Tinha de Fazer

A Troupe Parabolandos realizou um encontro muito sensivel nesse domingo (20/12/2009) na 4ª Edição do Panetone Cênico.

Com a apresentação do mais novo espetáculo do grupo, O Conto de Beatriz, o grupo avança em conceitos que já faziam parte das pesquias que realizavam e que, agora, se mostra mais amadurecido.

A peça abre uma outra chave na cabeça da platéia que já vem acompanhando as peças anteriores. Cenário, figurino, maquiagem e a própria interpretação fazem toda diferença pra contar a história de uma menina que não consegue levar adiante suas vontades e é obrigada a perceber que o mundo não é movido a meritocracia.

Por optarem numa montagem ligada a um tipo de fábula, conseguimos transportar essa história pra qualquer lugar, em qualquer tempo a partir do repertório de cada um. Até parece óbvio não é mesmo?

Mas não é.

Na região, poucos grupos se preocupam com esses cuidados estéticos. Querem contar uma história e não refletem sobre ela. Tem grupos que praticamente usam a roupa do dia-a-dia em cena e acham que isso não informada nada, ou pior, acham que informa uma coisa e acaba informando outra. Pura falta de reflexão e pesquisa sobre o tema.

E não é o fato de serem amadores ou profissionais. É que em grupos de teatro, principalmente aqueles que conseguem permanecer juntos por um tempo, de tanto fazerem peças juntos, chega uma hora que acontece um fenômeno que chamo de 'ENCONTRO".

Um encontro, em primeiro lugar, dos atores e atrizes em cena. Nesse caso é perceptível como todos eles se apoderaram dos elementos cênicos propostos. A peça está na mão do elenco. Para onde quer que a platéia olhe, lá verá o personagem e seu conflitos internos revelados.

Um encontro entre texto e montagem. Ao escolher um texto meio fábula, aprofundam o tema que já norteia o grupo (ABsuRdO) e acertam na mosca.

Um encontro entre grupo e platéia. Essa montagem trata a platéia com respeito ao mostrar, sem pieguice, com uma história pode ser contada e passar grandes sentimentos e posturas perante a vida. E trata a platéia com inteligência - coisa rara hoje em dia em montagens.

Sendo assim, eu, que estive na platéia, me senti muito privilegiado em estar junto de amigos tão queridos, tão competentes e tão parceiros do Teatro da Neura.

No encontro deles, vejo o nosso também.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Fim de Ano para o Neura



Este ano, para o Teatro da Neura, pelo menos no que se refere a suas atividades artísticas, acaba dia 19 e 20 de dezembro com o Panetone Cênico de Suzano. Com a apresentação de Restos - uma anti-comédia, vamos partir para descansar de algumas de nossas obrigações mais prazerosas que é criar e fazer teatro.

Esse ano tivemos algumas perdas e muitas conquistas. Resolvemos, em planejamento, deixar aberta nossas veias, ou parte delas, para que as pessoas pudessem acompanhar o processo de criação de Antigona e, quem tivesse a curiosidade, ver mais de perto o que foi tudo aquilo.

Essa atitude amadureceu o grupo em várias formas. Mas acho que a principal foi perceber que funcionou. Seja lá como foi que se deu a construção do projeto, funcionou.

Criamos uma peça muito empolgante para nós, mexemos com as estruturas de nossa própria forma de trabalhar, percebemos que a formação individual foi fundamental para que chegássems - chegamos? - na tão sonhada e buscada excelência, alguns de nós não suportaram a carga e outros vieram com a alma aberta para o peso que fosse.

Não sei dizer ainda qual o prognóstico do grupo, mas sei que poderá ser bem promissor. Estar focado no trabalho vai nos ajudar a construir novas formas de propagar a idéia de que vale a pena ser artista e produzir uma obra que respeite a inteligência de quem nos vê.

Esse blog continua atento a algumas manifestações do mundo.

E para esse blog, esse ano está longe de acabar.

Abraços do Teatro da Neura, e venham, se puderem, festejar conosco nossa última apresentação.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Outras Palavras

Fico aqui imaginando até quando figuras que se sustentam pelo que fizeram no passado de bom ainda se acham gabaritadas a dizer alguma coisa sobre a qual não entendem nos dias de hoje depois de fazerem tanta besteira.

Sim, no topo dessa lista está o sr. Caetano Veloso. Ao declarar a Folha de S. Paulo - claro! - que Lula é analfabeto, criou um constrangimento que até ele mesmo teve que desfazer em Portugal.

Teve que engolir o fato de que o fenômeno das letras estar sendo substituído pelo bom senso da maioria da população desse país que cansou de ver apenas "os inteligentes" e "os que sabem tudo" falando dos pobres quando na realidade estão falando daqueles que só vêem na televisão.

Teve que engolir a infelicidade de saber que sua arte não é mais querida pela maioria da população que um dia já o adorou e que agora prefere ouvir outros sons descobertos por programas culturais espalhados pelo Brasil promovidos pelo Governo Lula. E, pior, tocar para uma classe média brasileira que, cá entre nós, ninguém merece né - nem nós.

Teve que engolir sua arrogância de saber que não poderá fazer cara de Regina Duarte e passar como um deus baiano que tudo fala e nada ouve.

Teve que engolir o descrédito de suas palavras que não conseguem mais reverberar pela sua arte e sim pelas suas palavras desmedidas e, ultimamente, desacreditadas.

Agora, depois de dizer que não disse e tentar pedir desculpas em falas que poucos - de propósito - entendem, tentará levar sua vida artística adiante antes que ele mesmo desmonte com baboseiras que só aplaudem os médio classistas de plantão que assinam Tv a cabo, pagam seus carros OKM em 68 prestações, se esfolam pra pagar o colégio particular dos filhos mimados e carentes de afeto e, quando se sentirem mais relaxados, num sábado de noite, após assinar um filme pay-per-view, ouvirá Caetano e suas palavras ao vento (do 12º andar, é claro).