segunda-feira, 21 de junho de 2010
Gestão é pra gente competente
Quando vejo completar 1 ano do Galpão Arthur Netto, vejo a transformação de um espaço. O que poderia ser apenas uma sede de um grupo de teatro, se transformou em um acolhimento de manifestações de música, teatro, cinema, artes plásticas e circo.
Não há na região espaço onde os artistas podem apresentar suas obras sem estar ligada ao mercantilismo cultural. Ou se apresenta em bares, ou pagando taxa pra prefeitura; ou "improvisando em lugares insólitos" as suas peças ou simplesmente não apresentando; ou produz peças de qualidade péssima só pra vender pras escolas ou faz teatro experiumental e não tem onde apresentar.
E para os gestores públicos - um olhar especial para os do Alto Tietê - artista só trabalha quando está dando uma iniciação disso ou daquilo e nunca como um fazedor que recria a realidade e, por isso, imprescindível para o desenvolvimento da pessoa que aprecia.
E é aí que a gestão pública está levando uma sova da administração do Galpão Arthur Netto. Sem ajuda alguma da administração pública de Mogi das Cruzes está provando que não é por falta de dinheiro que as coisas não acontecem: é por falta de vontade política mesmo. Sensibilidade.
Hoje, consegue-se preceber uma programação ininterrupta no Galpão com artistas de toda região do Alto Tietê que vai trazendo cada vez mais pessoas pro espaço a duras penas e trabalho duro da Cia. do Escândalo.
Sei que incomoda a uma gestor quando lê uma coisa dessas - apesar de achar que nenhum deles lêem esse singelo blog. Sei que ele dará um milhão de desculpas e outros milhões de dados, números, falas e comparações para nos dizer: "Veja, aqui é diferente. Temos um diferencial!"
Mas amigo gestor, lamento lhe dizer, mas você não possui um diferencial.
Diferencial é quando os artistas efetivamente participam da sua adminstração, palpitam e são ouvidos de verdade e não de mentirinha fazendo todo mundo perder tempo e disposição acreditando - sim, nós acreditamos! - que o diálogo é franco.
Diferencial é quando há políticas públicas, geralmente levadas a cabo por meio lei específica, que trate o artista como um trabalhador que pode ter vários caminhos, mas que também deve usar o caminho público que nunca existe.
Diferencial é quando o gestor é respeitado pela classe e não falado pelas costas pois tem medo de retaliações das poucas ações que você faz como se fosse um "tapa boca" na nossa vontade de realizar coisas.
Diferencial é permitir que o orçamento da cultura seja decente e não minguado tendo que dividir muitas vezes com esporte, lazer, turismo e enriquecimento de urânio na linha "to te fazendo um favor".
Por isso que nós, artistas somos taxados de diferentes. Acho que é porque de mesmice só pedra, montanha e político conservador gosta. E definitivamente não somos pedra, montanha e político conservador.
Obrigado Dionísio!
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