sábado, 28 de agosto de 2010

Cultura, violência e a direita encarnada


Serra mais uma vez mostrou seu profundo conhecimento (é uma ironia!) do impacto das políticas públicas de cultura para o desenvolvimento do país. Além disso, esbanjou coerência (outra ironia!).

Em plena capital do Estado onde governou (?), Serra disse que, se for eleito, vai multipliar os centros culturais pelo país como forma de ocupar o tempo dos jovens e combater a violência. Não sabe, o néscio, que seu governo terceirizou a gestão dos equipamentos públicos de cultura e que os equipamentos de cultura do interior de SP estão, ano após ano, sendo reduzidos em número e perdendo funcionalidade pública e capacidade de articulação institucio nal (com prefeituras, por exemplo)?

Serra, Serra... a cada discurso você tropeça ainda mais nos motes da direita. Então eu vou lembrá-lo. O que a cultura do Brasil precisa é de políticas de segurança pública para garantir a liberdade de expressão e oportunidades de fruição. As políticas de cultura não devem ser paliativos para a incompetência das políticas de segurança. Em matéria do Correio Braziliense, desvela-se o já sabido.
Com o mote das campanhas voltado para a segurança pública, o candidato do PSDB, José Serra, propôs a expansão da rede de centros culturais do país como opção para afastar jovens carentes das ruas e do crime. “Os centros culturais tiram o jovem das ruas e permitem a ele aprender arte e ter cultura e lazer. Com isso ele se sente mais seguro de si mesmo, melhorando a autoestima e a socialização”, afirmou.
O que o Serra fez ao verbalizar esta proposta é apenas explicitar o que a direita brasileira sempre entendeu por cultura: entretenimento, diversão e inutilidade. As políticas de cultura dos governos tucanos dialogam, historicamente, com as práticas dos governos mais autoritários e excludentes do país.

A direita brasileira lida com a Cultura como algo apartado da vida do cidadão comum e, por estar fora da vida cotidiana, deveria ser oferecida ao cidadão comum como dádiva, como mercadoria, ou, então, como produto a ser protegido de sua ignorância.Vincular a cultura ao combate à violência, como ele enunciou (e não como fez Tarso Genro quando propôs o PRONASCI), apenas reforça seu medo do povo, seu ódio de classe e a negativa DEMO-TUCANO à cultura como direito.

Talvez seja por isso que o governo Lula, com suas políticas para a diversidade, pontos de cultura, museus, bibliotecas, cinemas, cineclubes, cultura popular, conferências etc . etc. etc. tenha tanto apoio dos militantes da cultura Brasil afora.

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