quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Política Cultural É Coisa Séria


Uma discussão posta hoje em em vários campos da área artística e interfere diretamente no que você pode ver em artes nos próximos anos é a forma de como os artistas serão tratados pelo poder público atualmente.

Estamos falando de dois movimentos bem distintos: um que visa o lucro da iniciativa privada com dinheiro público e outro que compromete o Estado com uma política cultural, ou seja, Lei de Incentivo Fiscal e Lei de Fomento.

Num primeiro olhar a diferença é pequena. Mas não se deixe enganar: a diferença é enorme e já esta fazendo diferença naquilo que vimos na TV, teatro, literatura, cultura popular entre tantas outras manifestações artísticas.

Agora, com a proposta do Ministério da Cultura em mexer nesse molho que sempre privilegiou poucos, alguns produtores que sempre ganharam grana com ela fazendo coro dizendo que Estado está interferindo na produção e não incentivando o livre mercado.

Ora, livre mercado para a cultura? O livre mercado já provou que, quando o assunto é arte de referência, não contribiu e nunca contribuiu.

Em São Paulo, os grupos de teatro, depois de várias reuniões se organizaram sob o nome de Movimento Arte Contra a Barbárie e em 2002 fizeram virar direito deleso que hoje é chamado de Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

Essa lei não é pouca coisa e as vantagens foram imediatas: a população de teatro aumentu e conseguiu ver espetáculos de mehor qualidade e com ingresso a preço popular em toda a cidade e, principalmente, mudou os paradigmas das relações do poder público com o teatro de lá.

E agora esse pensamento está tomando corpo por aqui. Os grupos de teatro de pesquisa do Alto Tietê perceberam que a diferença entre grupos fomentados e eles se baseia num ponto básico: comprometimento público com a arte.

Parece simples mas infelizmente não é. A realidade das políticas públicas para a cultura no Alto Tietê está muito longe de significar um avanço.

Nem todas as cidades possuem secretaria de cultura e os artistas ainda não tem espaços públicos variados para se apresentar. Como sempre os artistas se esfolam para conquistar esses espaços.

Uma iniciativa incrivelmente corajosa e que merece nosso respeitoé a criação do Espaço Arthur Netto (foto)em Mogi das Cruzes que, em meio a fechamento de Teatros Municipais e Espaços do Meio, avaça mais que as políticas públicas e oferece aos artistas da regiãoum galpão digno de belas apresentações por uma iniciativa da Cia. do Escândalo sob a direção de Manoel Mesquita Junior. A classe agradece e respira.

Isso só mostra o quanto é preciso lutar para se conquistar esses direitos não somente para os artistas mas para a população que merece usufruir de bens culturais de boa qualidade. Isso é compromisso que o Estado deve ter e que algumas prefeituras das nossa região ainda não entenderam.

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