segunda-feira, 24 de maio de 2010

24 horas de exercício de paciência


Não dá mais pra suportar. Tá complicado.

Minha tolerância está cada vez menor quanto a algumas coisas.

Estive na Virada Cultural Paulista em Mogi das Cruzes (dia 22/23 de maio) onde atrações bem bacanas apareceram e vi coisas bem legais e outras com o carimbo característico do Governo do Estado de Sâo Paulo - lê-se, incompetência revestida de muita luz e "efeito espetáculo".

Pois então veja. Qual é a dinâmica básica de um evento como o da Virada Cultural? O Estado de Sâo Paulo banca os grandes eventos - shows, peças de teatro geralmente vindos de outras regiões ou até mesmo de outros países - e o município que recebe a Virada banca os grupos locais.

Aqui em Mogi foi uma coisa bem interessante. Entender como é que eles pensam grandes eventos com grandes multidões, ou seja, respeito total aos grandes eventos e pouca coisa que se respeite com os locais.

E tomo as dores aqui da Cia do Escândalo de ter sido desrespeitada e, pior que isso, a organização do evento ter desrespeitado uma apresentação que estava marcada de um jeito e que, sumariamente, foi mudada sem considerar as necessidades técnicas e até de acomodação para a platéia - isso sem falar de mudar as regras do jogo no meio da partida.

Mas é bem a cara do evento mesmo. Tudo não pode, só pode o que o Estado autoritário de José Serra (PSDB, DEMo, PFL - é tudo a mesma coisa) quer. E aí fica assim.

Segurança em porta de teatro, desorganização pra acomodar a platéia, atrasos na programação por conta de sei lá o que - afinal é de graça né, vc que se vira -, sensação de que muita gente junta dá me confusão e assim somos obrigados a ver a resistência de artistas locais que tentam capitalizar esse grande evento pra ver se tem um pouco mais de visibilidade.

Ai ai. Nem quero mais escrever. Apesar da vontade de arrebentar mais uma vez com essa postura irresponsável, tenho que me solidarizar com o pessoal da Cia do Escândalo, com o Wilson CAetano que teve que apresentar Hamlet COM O BANNER DA VIRADA COMO PARTE DO CENÁRIO!!!!!!!!!, com a populaçãoque era enganada e barrada em entrar no teatro não sei por que, com palcos bacanas onde os músicos dignamente tentaram mostrar seu trabalho para os abnegados que lá estava pra curtir o evento.

Ai ai. Esse Estado e essa forma autoritária de lidar com coisas que desconhecem, me deixa bem desanimado.

Mas vamos lá.

Um comentário:

  1. É, Cidão, o que não podemos é deixar de aprender. Não precisamos disso. Podemos viver sem esse descaso e essa humilhação. Confesso que erramos ao aceitar se apresentar na "Virada" (Roubada!) Cultural Paulista. Mas esse erro não vai se repetir. Porque além da mudança no meio do jogo, houve também a maneira com que fomos tratados quando argumentamos que não concordávamos com o fato. Triste. Mas (mais uma vez!) aprendemos. E queremos distância dessa falta de profissionalismo e de respeito. Obrigado!

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