segunda-feira, 20 de junho de 2011

O EXERCÍCIO DA DIFERENÇA


 
Por que uma agrupamento de pessoas passa boa parte do seu tempo em torno de pensamentos conflitantes, desejos variados, idéias diferentes sobre a mesma coisa, experiências diversas, acúmulos díspares resultantes de formas de viver e escolhas que fizeram e, ainda asism, decidem permanecer juntos.


Arrisco a dizer que é por conta de saberem que será nessas pequenas, mas importantes diferenças é tudo aquilo que pode constituir a construção de boas realizações.

O corpo que esse agrupamento vai formar será exatamente aquilo que é necessário para que tudo dê certo. Essa experiência vivida pelo teatro de grupo nos conduz a um aprimoramento das nossas argumentações para a defesa de nossas idéias dentro daquele espaço para discussões.

Parace difícil, mas é mesmo.

A cada novo encontro entre as partes, é necessário que haja a capacidade de recuar para novos entendimentos. Fico imaginando o quanto de prática que isso necessita e como é complicado aglutinar forças em torno de pensamentos diversos.

Não está no nosso hábito cotidiano lidar com problemas nessa natureza. A tendência será mesmo ganhar uma disputa a partir daquilo que as partes entenderem que estão por cima ou por baixo e ponto final; sem recuos, sem avanços e a partir de ações que, quando não são descaradamente opressoras, pelo menos indica a opressão.

Talvez a arte tenha esse poder de nos desmascarar de nós mesmos sem que percebamos pois lida com aquilo que nos é e não com aquilo que mostramos.

Mas isso já é outra história.

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