quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A mudança é no real e não no virtual



Depois de ler o texto de José Arbex Jr na revista Caros Amigos nº173 "Lulismo Fora do Eixo", me alertou para um fao simples mas que nós, enfiados nessa onda das redes sociais e percebendo as grandes movimentações que se deram nos últimos acontecimentos no Brasil e no mundo por conta das mudanças econômicas que se fazem necessárias e fundamentais, talvez confundimos essas ferramentas e nos iludimos ficando acomodados e nem sabemos.


 É importante perceber que também, na área artística, essa confusão pode acontecer.

Na última e importante invasão de parte da turma do teatro (principalmente) no espaço da FUNARTE em São Paulo, foi perceptível o quanto que, mesmo com todo potencial de expansão da comunicação disponível hoje e nas mãos da juventude, ainda não será mais importante que os motivos que levarão as pessoas a se movimentarem em torno de uma idéia que não seja, realmente, comum a todos ou pelo menos a maioria.

Se dá no convencimento não somente da classe que você faz parte, mas também no convencimento da classe trabalhadora, aquela que efetivamente movimenta a economia e a partir da venda da sua força de trabalho, escolhe o que é melhor pra si, memso que essa escolha for manipulada.

Há sim uma sensação de conforto ou desconforto na base da população que define os rumos de uma sociedade. Sempre foi assim e as grandes manifestações pelo mundo (Egito, Líbia, Espanha, Itália, Grécia) se deram por essa sensação e não por convites em Facebook, Sms, blogs ou seja lá o que for.

Foi a partir da sensação de que mudanças são importantes e que, se não formos a rua, nada muda. 

Aprendi muitas coisas a distância mas aprendi que a minha distância também não mudará o mundo. Apoiei a atitude dos colegas na invasão na Funarte, mas discordei do tom da chamada que foi dura, sem foco amplo e sem discussões com outras áreas.

Chamaram pra sim a bandeira de representação de todos os artistas e menosprezaram aqueles que não concordaram - nem que parcialmente - da movimentação toda. Resultado: sem apoio dos que lá não estavam ocupando, a ação prática não deu em nada.

A formação política deve ter ensinado muita gente (ensinou a mim) e aí foi-se percebendo que a bandeira que levantaram não chegaram a todos e que era claro que eles não representavam a maioria dos artistas - quiçá da população - e que aí dá no que dá: em nada!

E com isso a gente aprende que é bacana mandar convites via Facebook, e-mails, sms, mas que, se quisermos mudanças, avanços, construções sólidas, será na troca real das pessoas sem intermediários e sob a ótica de desejos e objetivos em comum abraçadas por aqueles que almejam um mundo e pessoas melhores.






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