Foi embora um secretário negligente. Uma gestão que não cuidou das artes, dos artistas e da população que se habituou a ver arte na cidade de Suzano. Negligenciou nas suas funções e transformou o Centro Cultural num cemitério de certezas de um homem só.
Foi embora aquele que não gostava de estar ali. Que queria mesmo era ser secretário de outra coisa já que preferia ser chamado de professor como se a menção secretário de cultura fosse algo menor, baixa, sem prestígio. Um ser infeliz em sua cadeira de alto salário para não realizar nada.
Foi embora aquele que não deixou legado. Foram 4 anos de um nada cultural, de um vácuo de criação, de uma parte de uma geração sem perspectiva de acúmulo cultural. Justamente aquele que lidou tanto com crianças – em educação – escolheu abandonar parte da sua possível formação cultural por não acreditar que ela possa ser feita através da cultura.
Foi embora aquele que não controlava seu próprio ambiente de trabalho. Tinha que se submeter a outra pessoa que só possui dentro de si o ódio contra o outro e por isso fez de tudo para prejudicar e afastar os artistas do seu local de trabalho. Bobinha: mal sabe ela que a arte ultrapassa a gestão pública porque está intimamente ligada aqueles que a amam, são solidários com a troca e acreditam no outro como convivência nas diferenças que os bons de coração chamam de diversidade.
Foi embora aquele que abandonou artistas que prestavam serviço de professores em cultura a uma empresa que transformou seus colaboradores em pessoas infelizes em seu ambiente profissional. Ao abandonar artistas, covarde como é, abandonou a si e abandonando a si, sua história vira pó que não sobe quando bate o pé por ser pesado em sua composição.
Foi embora aquele que perseguiu artistas e achou que se eles ficassem longe de sua gestão, quem sabe morreriam, fugiriam, desistiriam. Inocente: mal sabe ele – que sempre amou ostentar cursos, viagens e “bagagem internacional” – que a força propulsora de qualquer artista é a adversidade - o motivo pelo qual se cria, luta e resiste. No ápice da sua prepotência, escolheu não aprender com os da sua cidade que diz amar tanto mas que assim mesmo escreveu uma parte de sua história em palavras sem ISBN.
Foi embora aquele que quis articular um golpe dentro da gestão pública, tentando se passar por um tipo de “FHC do Alto Tietê” ao tentar empurrar goela abaixo uma tal Fundação Sem Pé Nem Cabeça com a intenção de se perpetuar no poder que achava que tinha e que só não foi adiante porque vários artistas – estimulados por ações públicas do Teatro da Neura, com muito orgulho – foram pra cima e exigiram respeito e conversa até acabar com essa farsa de meia pataca.
Enfim, foi embora aquele que será lembrado como verbo de vergonha, desgaste, incompetência, infelicidade, inoperância e arrogância.
A cidade continua. Os artistas continuam. A arte continua. E me baseando na gestão que passou, foi embora aquele que será lembrado como a pessoa que ocupou uma cadeira azul num lugar solitário em meio a pessoas felizes e bem longe dele.
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