segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Tá na Rua
Pronto: Antígona tá na rua. começamos a dizer para os quatro ventos - porque apenas 2 sabiam - que efetivamente realizaremos a apresentação do projeto em novembro.
Curioso perceber que os 2 cartazes que fizemos até agora, quando me afasto da peça, ajuda a entender o espírito para onde estamos levando a dramaturgia: sempre com um olhar desconfiado, não dá pra olhar e passar batido pela imagem associada ao título da peça.
Acho importante receber as colocações das pessoas sobre as imagens que vêem.
Imaginar que, quando pegamos figuras e símbolos tão atuais e comparamos com elementos que remetem a Grécia Antiga é trazer essa obra para o gosto e reflexão popular.
Arrancar de nós a responsabilidade sobre o clássico e fazernos refletir sobre a responsabilidade do "agora", "now" não foi uma tarefa fácil. Respeitamos demais nossos antepassados justamente naquilo que eles não propunham em suas obras, ou seja, o conservadorismo de suas idéias.
Agora que, aos poucos as pessoas estão sabendo sobre o dia da estéia e também sobre o espírito da coisa, iremos nos expor mais. A troca virá bem antes da montagem. Ela deve e acontecer´bem antes.
Sorte pra nós.
domingo, 30 de agosto de 2009
O Momento "É Isso que Temos pra Hoje"
Ao ver o espetáculo Cardênio (foto), do grupo Folias lá no galpão do grupo, vi um espetáculo com um elenco bem talentoso e preparado. Uma direção apropriada e meio foda-se do Marco Antonio Rodrigues que me pareceu que se divertiu bastante também ao quebrar alguns estigmas da montagem.
E aí, depois de me divertir muito, penso que essa montagem - que faz parte de um projeto bem maior - é um parênteses no repertório do grupo. Porque foi um convite que caiu do nada no colo deles que teviveram que parar umas coisas - ao que parece - para investir tempo nisso. E deu um caldo bom.
Me dá a impressão que foi um troço meio "é isso que temos pra hoje", então vamos lá. Para o público comum, que não conhece muito a estrutura do Folias, é um "espetáculo respiro" no que se refere a tema e conceito, mas ao mesmo tempo é hermético nas referências que propôe: Cervantes, Willian Shakespeare, Harvard - tudo junto num espetáculo onde se mistura tudo a todo tempo. Uma ótima experiência!
Fico feliz pelo que vi. Você vai lá e se diverte sem medo de ser feliz e depois vai comer pizza. Ainda bem que fizeram um programa onde nos possibilita uma preparação. Mas se vc não leu o programa, tudo bem. Curte o que deu.
Acho que o Teatro da Neura passará por isso com Antígona. Apesar de termos trabalhado signos bem interessantes, não estamos aqui pra que todo mundo entenda tudo, mas alguma coisa vai acontecer e vi que podemos arriscar isso porque, para fazermos, precisamos ser corajosos.
Do mais é nós também estarmos prontos para o novo enquanto platéia e nos proporcionar momentos de experiências também. Assim o encontro fica completo.
sábado, 22 de agosto de 2009
Frei Beto se Conectou ao Mundo
No dia 21 de agosto de 2009, Frei Beto Visitou Suzano para realizar uma palestra na Conferência Municipal de Comunicação.
Foi bem especial porque não é todo dia que o vimos por aí palestrando - até porque sempre está fazendo isso em vários lugares do Brasil. Em Suzano foi um ecnontro bem interessante. Tão interessante também foi perceber a presença reduzida de público. E acho que é aí que vale a pena o registro.
Porque não vi, em nenhum lugar, a divulgação adequada para esse evento. Nas ruas se viam faixas e cartazes com o nome 1ªCOMFECOM.
Gente!!!
Você iria num evento chamado COMFECOM? Bem, várias pessoas também não foram. E perderam um bate papo homérico! Frei Beto falou sobre tudo de uma maneira simples, direta e contundente. E vejo o quanto é importante para nós artistas estarmos conectado com o mundo.
Nada está descolado. A arte está ligada a política, que interfere na comunicação e também naquilo que nos é oferecido nos meios de comunicação. Vejo com olhos preocupados sobre o futuro da comunicação no Brasil. Bem em meio a essa conferência - que desemboracá em dezembro num encontro nacional - duas redes de TV - Record e Globo - estão em guerra por audiência e com reportagens ótimas que só mostram quanto que as duas emissoras construíram seus impérios com a conivência do poder público e sem o mínimo de ética.
Do mais, escrevo abaixo algumas frases soltas desse homem da humanidade e que nasceu aqui no Brasil:
- O Capitalismo é o irmão gêmeo do individualismo;
- Quem tem nojo da política é governado por aqueles que não tem;
- No Brasil há 52 milhões de jovens entre 15 e 29 anos e 66% deles estão fora da sala de aula;
- No eixo Rio e São Paulo, 2 milhões de jovens não terminaram o ensino fundamental;
- Nesses Estados, 80% dos assassinatos são de jovens e 80% dos assassinos são jovens;
- Passamos 4 horas na escola e 8h diante da TV;
- 15 segundos em horário nobre da Globo custa 400 mil reais;
- Em uma noite de ligações em dia de BBB a Globo fatura 8 milhões de reais;
- A tortura é humana. Nenhum outro animal tortura o outro como o homem.
É isso
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Política Cultural É Coisa Séria
Uma discussão posta hoje em em vários campos da área artística e interfere diretamente no que você pode ver em artes nos próximos anos é a forma de como os artistas serão tratados pelo poder público atualmente.
Estamos falando de dois movimentos bem distintos: um que visa o lucro da iniciativa privada com dinheiro público e outro que compromete o Estado com uma política cultural, ou seja, Lei de Incentivo Fiscal e Lei de Fomento.
Num primeiro olhar a diferença é pequena. Mas não se deixe enganar: a diferença é enorme e já esta fazendo diferença naquilo que vimos na TV, teatro, literatura, cultura popular entre tantas outras manifestações artísticas.
Agora, com a proposta do Ministério da Cultura em mexer nesse molho que sempre privilegiou poucos, alguns produtores que sempre ganharam grana com ela fazendo coro dizendo que Estado está interferindo na produção e não incentivando o livre mercado.
Ora, livre mercado para a cultura? O livre mercado já provou que, quando o assunto é arte de referência, não contribiu e nunca contribuiu.
Em São Paulo, os grupos de teatro, depois de várias reuniões se organizaram sob o nome de Movimento Arte Contra a Barbárie e em 2002 fizeram virar direito deleso que hoje é chamado de Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Essa lei não é pouca coisa e as vantagens foram imediatas: a população de teatro aumentu e conseguiu ver espetáculos de mehor qualidade e com ingresso a preço popular em toda a cidade e, principalmente, mudou os paradigmas das relações do poder público com o teatro de lá.
E agora esse pensamento está tomando corpo por aqui. Os grupos de teatro de pesquisa do Alto Tietê perceberam que a diferença entre grupos fomentados e eles se baseia num ponto básico: comprometimento público com a arte.
Parece simples mas infelizmente não é. A realidade das políticas públicas para a cultura no Alto Tietê está muito longe de significar um avanço.
Nem todas as cidades possuem secretaria de cultura e os artistas ainda não tem espaços públicos variados para se apresentar. Como sempre os artistas se esfolam para conquistar esses espaços.
Uma iniciativa incrivelmente corajosa e que merece nosso respeitoé a criação do Espaço Arthur Netto (foto)em Mogi das Cruzes que, em meio a fechamento de Teatros Municipais e Espaços do Meio, avaça mais que as políticas públicas e oferece aos artistas da regiãoum galpão digno de belas apresentações por uma iniciativa da Cia. do Escândalo sob a direção de Manoel Mesquita Junior. A classe agradece e respira.
Isso só mostra o quanto é preciso lutar para se conquistar esses direitos não somente para os artistas mas para a população que merece usufruir de bens culturais de boa qualidade. Isso é compromisso que o Estado deve ter e que algumas prefeituras das nossa região ainda não entenderam.
Uma Hora Tinha de Ser Feito
Vamos começar a falar sério: ninguém está impune a suas produções artísticas. Qualquer manifestação está sujeita a algum tipo de avaliação. Acho que o Alto Tietê merece alguns olhares sobre a arte que produz e que ainda não tem o seu devido valor - nem pelos artistas como um todo, muito menos pelas políticas públicas para cultura que são incipientes.
Mas há resistência. E será nela que nos basearemos para continuar na luta.
Todos precisamos saber efetivamente e sem medo o que produzimos.
Acho que estarei aqui para falar sobre o que vejo e contribuir para discussões futuras. Sem medo de errar muito menos de abrir papos nivelando por cima.
Aqui pretendo escrever sobre o que nos rodeia. Principalmente na política cultural, que é uma luta de muitos aqui na região do Alto Tietê - mas não da maioria.
Acho que temos - você que está lendo e eu que escrevo - missões a cumprir em tudo quanto é parte. Quem achar que pode contribuir, que contribua. Caso contrário, ache seu caminho e o percorra.
Estaremos juntos.
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