sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Carta de Repúdio a Organização da Conferência Estadual de Cultura


Realizada dia 26 de novembro de 2009
MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA - SÃO PAULO
Nós delegados e delegadas do Poder Público e Sociedade Civil repudiamos a forma arbitrária da organização da Conferência Estadual de Cultura. Queremos manifestar o nosso repúdio ao Governo do Estado de São Paulo que trata os municípios com desrespeito e os participantes desta conferência como meros observadores(as), sem direito de reconhecer previamente as propostas encaminhadas pelas cidades que realizaram suas etapas municipais, sem direito ao debate e nem mesmo a cópia do regimento interno proposto, deixando assim a conferência sem regras aprovadas pela plenária.

A estrutura oferecida aos debates temáticos não permitiu qualquer condição para sua realização, o debate que reuniu mais de 800 pessoas nos cinco grupos foi inviabilido pela falta de espaço e estruturas, cerceando a troca de idéias, as discussões fundamentais e imprescindíveis a esse tipo de atividade.

Problema agravado pela postura intrasigente e autoritária da Comissão Organizadora, causa indiganaçã e perplexidade este descaso com um assunto tão caro quanto a cultura em pleno século 21.

O Govenrno Federal atingiu a chamada de 60 Conferências no país em 6 anos, das 100 que foram realizadas desde 1941 no Brasil. O Governo do Estado de Sâo Paulo por outro lado não demonstra nenhuma simpatia ao diálogo com a sociedade civil organizada.

A Conferência Estadual é mais um desses exemplos. Queremos enfatizar que a Conferência de Cultura não é propriedade do Governo Estadual, da mesma forma como a plenária de uma conferência deve cumprir o papel soberano.

É visível que mesmo com todas as dificuldades representando uma parcela expressiva que tem fome de debater, construir e transformar é preciso ampliar os espaços para essas manifestações, no limite que esse Governo do Estado respeite os meios que foram conquistados pela população brasileira, como as conferências.

APOIO: MOVIMENTO 27 DE MARÇO, ASSOCIAÇÃO CULTURAL PHOTO CINE CLUBE CHAPARRAL, CEPIS CENTRO DE CIDADANIA , ASSOCIAÇÃO DE DANÇA DE SUZANO E ALTO TIETE, APAC SUZANO, COLETIVO CENICO DE SUZANO, E DIVERSAS OUTRAS ASSOCIAÇÕES QUE ASSINARAM O REPÚDIO E QUEM MAIS ADERÍ-LA , FAVOR REPASSAR TEMOS UM COMPROMISSO COM A CULTURA E O FAZER ARTÍSTICO NESTE PAÍS!!!!!!!!!!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fim de temporada. Início de uma longa jornada


A temporada de Antígona 2009 encerrou dia 22 de novembro.

Em meio a muita ansiedade e algumas vitórias importantes, saímos ocm a sensação de missão cumprida - pelo menos a primeira etapa.

Sabemos que ainda resta muito a fazer e percebemos que o espetáculo tem uma vitalidade com a contemporaneidade incrível, o que nos favorece a nos divertir mais.

Ano que vem estaremos mais confiantes e prontos pra grandes empreitadas que sabemos que nos trarão uma experiência enorme. Com um elenco bem afiado com o projeto, expandir esse público que, tão generosamente nos visitou em novembro em Suzano, está em nossos planos.

Lidar com um texto bom tem essas vantagens pois sabemos que sempre acontecerá encontros estéticos e filosofóciso e tudo o mais gratificantes.

Que venha 2010 com as novas conquistas do Teatro da Neura que estará afinado com um momento incrível desse país que é, dentre outras coisas, eleger uma mulher para presidente do Brasil.

Será bem divertido.

Uma despedida para FHC


Leiam no blog Brasília Eu Vi, de Leandro Fortes:

Fernando Henrique Cardoso foi um presidente da República limítrofe, transformado, quase sem luta, em uma marionete das elites mais violentas e atrasadas do país. Era uma vistosa autoridade entronizada no Palácio do Planalto, cheia de diplomas e títulos honoris causa, mas condenada a ser puxada nos arreios por Antonio Carlos Magalhães e aquela sua entourage sinistra, cruel e sorridente, colocada, bem colocada, nas engrenagens do Estado. Eleito nas asas do Plano Real – idealizado, elaborado e colocado em prática pelo presidente Itamar Franco –, FHC notabilizou-se, no fim das contas, por ter sido co-partícipe do desmonte aleatório e irrecuperável desse mesmo Estado brasileiro, ao qual tratou com desprezo intelectual, para não dizer vilania, a julgá-lo um empecilho aos planos da Nova Ordem, expedida pelos americanos, os patrões de sempre.
Em nome de uma política nebulosa emanada do chamado Consenso de Washington, mas genericamente classificada, simplesmente, de “privatização”, Fernando Henrique promoveu uma ocupação privada no Estado, a tirar do estômago do doente o alimento que ainda lhe restava, em nome de uma eficiência a ser distribuída em enormes lucros, aos quais, por motivos óbvios, o eleitor nunca tem acesso.

Das eleições de 1994 surgiu esse esboço de FHC que ainda vemos no noticiário, um antípoda do mítico “príncipe dos sociólogos” brotado de um ninho de oposição que prometia, para o futuro do Brasil, a voz de um homem formado na adversidade do AI-5 e de outras coturnadas de então. Sobrou-nos, porém, o homem que escolheu o PFL na hora de governar, sigla a quem recorreu, no velho estilo de república de bananas, para controlar a agenda do Congresso Nacional, ora com ACM, no Senado, ora com Luís Eduardo Magalhães, o filho do coronel, na Câmara dos Deputados. Dessa tristeza política resultou um processo de reeleição açodado e oportunista, gerido na bacia das almas dos votos comprados e sustentado numa fraude cambial que resultou na falência do País e no retorno humilhante ao patíbulo do FMI.

Isso tudo já seria um legado e tanto, mas FHC ainda nos fez o favor de, antes de ir embora, designar Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal, o que, nas atuais circunstâncias, dispensa qualquer comentário.

Em 1994, rodei uns bons rincões do Brasil atrás do candidato Fernando Henrique, como repórter do Jornal do Brasil. Lembro de ver FHC inaugurando uma bica (isso mesmo, uma bica!) de água em Canudos, na Bahia, ao lado de ACM, por quem tinha os braços levantados para o alto, a saudar a miséria, literalmente, pelas mãos daquele que se sagrou como mestre em perpetuá-la. Numa tarde sufocante, durante uma visita ao sertão pernambucano, ouvi FHC contar a uma platéia de camponeses, que, por causa da ditadura militar, havia sido expulso da USP e, assim, perdido a cátedra. Falou isso para um grupo de agricultores pobres, ignorantes e estupefatos, empurrados pelas lideranças pefelistas locais a um galpão a servir de tribuna ao grande sociólogo do Plano Real. Uns riram, outros se entreolharam, eu gargalhei: “perder a cátedra”, naquele momento, diante daquela gente simples, soou como uma espécie de abuso sexual recorrente nas cadeias brasileiras. Mas FHC não falava para aquela gente, mas para quem se supunha dono dela.

Hoje, FHC virou uma espécie de ressentido profissional, a destilar o fel da inveja que tem do presidente Lula, já sem nenhum pudor, em entrevistas e artigos de jornal, justamente onde ainda encontra gente disposta a lhe dar espaço e ouvidos. Como em 1998, às vésperas da reeleição, quando foi flagrado em um grampo ilegal feito nos telefones do BNDES. Empavonado, comentava, em tom de galhofa, com o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, das Comunicações, da subserviência da mídia que o apoiava acriticamente, em meio a turbilhão de escândalos que se ensaiava durante as privatizações de então:

Mendonça de Barros – A imprensa está muito favorável com editoriais.

FHC – Está demais, né? Estão exagerando, até!

A mesma mídia, capitaneada por um colunismo de viúvas, continua favorável a FHC. Exagerando, até. A diferença é que essa mesma mídia – e, em certos casos, os mesmos colunistas – não tem mais relevância alguma.

Resta-nos este enredo de ópera-bufa no qual, no fim do último ato, o príncipe caído reconhece a existência do filho bastardo, 18 anos depois de tê-lo mandado ao desterro, no bucho da mãe, com a ajuda e a cumplicidade de uma emissora de tevê concessionária do Estado – de quem, portanto, passou dois mandatos presidenciais como refém e serviçal.

Agora, às portas do esquecimento, escondido no quarto dos fundos pelos tucanos, como um parente esclerosado de quem a família passou do orgulho à vergonha, FHC decidiu recorrer à maconha.

A meu ver, um pouco tarde demais.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Fim de mini temporada

Estaremos finalizando a mini temporada que fizemos no Galpão das Artes de Antígona agora nos dias 21 e 22 de novembro.

Está muito divertido acompnhar a diferença de público e o que podemos mudar após as apresentações. O teatro é incrível porque só acontece com a troca com a platéia. E ela está muito generosa.

Nesse momento, queremos trocar exatamente como fizemos pra estréia. Se houver mudanças, serão poucas mas importantes para conseguirmos nos divertir mais.

Acho que agora é dar o máximo para que possamos fazer o melhor possível e curtir aquilo que mais gostamos que é estar em cena, mostrar o trabalho e conquistar novos caminhos.

Que venham.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A direita de Suzano se Arma

A Direita desse país está se armando. Dessa vez não é somente com armas de grosso calibre ou de pistoleiros espalhados pelo Brasil afora, ou ainda dessa mídia comprada que, como a chama Paulo Henrique Amorim, a Midia Golpista Brasileira docemente ilustrada nessa fotinha acima.

A arma do momento da direita é a desestabilização democrática - que aliás sempre foi um subterfúgio a suas reais intenções de poder - em qualquer esfera democrática: Federal, Estadual e Municipal.

A CPI da Petrobrás e a tentativa do controle sobre as operações do Pré Sal, além das outras manobras de ligar o presidente Lula a algum tipo de terrorismo internacional e a qualquer outra coisa esquisita que aconteça no mundo, já é uma arma usada pela direita (DEMo, PFL, PTB, PSDB - é tudo a mesma coisa) para tentar desestabilizar a campanha de 2010.

No Estado de São Paulo, José Serra investe mais em propaganda do que em projetos. Aliás, o Rodoanel é o único projeto do PSDB pro Brasil. Vai dar dó deles quando ele for concluído. O que farão?

Mas no município tambem estão articulados. Em Suzano, enquanto eu escrevo esse texto, a direita está tentando dar um golpe - isso mesmo, um golpe - na democracia tentando cassar atavés de uma manobra burocrática o mandato legitimamente eleito e reeleito na cidade do prefeito Marcelo Cândido - PT.

Todo mundo sabe que o grande safado dessa história é o mandante de todos os crimes cometidos nessa cidade que foi o Sr. Estevan ...ahhh meu amigo...você há de viajar pra longe em breve.

O que está em jogo, em todo o Brasil um projeto político que já mostrou avanços. Não transformações fortes e rasantes, mas mudanças importantes para a população da cidade de Suzano também.

Com essa votação que será da rejeição, agora resta ir pra luta. Bater a cabeça encima desses medíocres paus mandados do Camarão e ir pro contra ataque.

Suas armas, meus amigos já são conhecidas, mas as nossas, apesar de saberem quais são, ainda tem muita balha na agulha.

Aguardem.

domingo, 8 de novembro de 2009

Fim de semana incrível

Foi muito bom conseguirmos compartilhar essa apresentação com alguns amigos tão queridos.

E com os amigos dos amigos também.

Mesmo com o calor forte que fazia dentro do Galpão, fizemos um encontro muito delicado e não podia dar outra: trocas fundamentais que nortearão todas as nossas apresentações a partir de hoje.

Como é bom saber que sempre haverá com quem contar na hora da insegurança, no momento em que parece que o texto vai sumir da cabeça, quando você testa aquele gesto e não sabe se vai funcionar, ou quando esquece de dar o gesto. O que sabemos é que essa mistura deu um caldo que somente em estréia se dá.

Realizar essa apresentação significou muito para nós porque sabemos que somente com a troca com a platéia é que conseguimos efetivamente saber para onde podemos avançar nas cenas.

Acho que podemos comemorar - e comemoramos - esse momento tão especial pra todos nós.

Estaremos lá agora esses fins de semana em temporada para procurarmos nos divertir mais e mais.


Agora, o jeito é divulgar a peça, nos preparar cada vez mais e procurar perceber as alterações que a peça permite em cada espaço onde estivermos.

Sorte para o Teatro da Neura, agradecimentos para todos que estiveram conosco nesse fim de semana e um aviso aos que não foram ainda: Já começaram as danças!!!


sábado, 7 de novembro de 2009

Não podia Faltar


Não podia faltar a ansiedade de querer antever as respostas que só virão a partir das 18h, ou 19h, ou 20h, ou 21h, ou depois;

Não podia faltar o olhar radiante de cada um que estará lá a partir das 14h no Galpão das Artes;

Não podia faltar os sorrisos (sorrisos!) histéricos que nada mais é que uma mistura da ansiedade de chegar logo a hora da sirene, com a possibilidde de mais uma semana para ajustar - sempre - os últimos detalhes;

Não podia faltar a incerteza dos detalhes de luz;

Como também não podia faltar a lembrança dos amigos queridos que são sempre imprescidíveis para nós;

Como esquecer as rusgas do processo? Basta uma estréia!. O dia da ESTRÉIA!

O que fazer quando acabar a apresentação de hoje? Quem sairá primeiro do camarim?

De que tamanho será o nosso sorriso? Haverá sorriso? As lágrimas podem contar como sorriso?

O que poderá ser substituído por outra coisa?

Vai saber o que acontecerá em breve. Pra você que está lendo isso antes das 20h, saiba que em Suzano, 8 artistas estarão inseguros e por isso mesmo com toda a sua energia para fazer a maior apresentação da trajetória desse grupo. Alguns estarão lá pra conferir; outros em outros dias.

Mas hoje, 07 de novembro de 2009, haverá um encontro inesquecível.

Sim, meu amigo: estréia é estréia.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Ansiedade da Estréia



Fico me lembrando das outras estréias do Teatro da Neura e constato que nunca o grupo esteve tão envolvido nesse clima - ou talvez só a primeira peça "E Não Vos Deixeis Cair em Tentação". Seja lá como for, é perceptível o entusiasmo para essa apresentação.


Então, quando alguma pessoa do grupo te convidar pra ver a Estréia de Antígona não se assuste: é o impulso mesmo. É a vontade de compartilhar esse processo tão longo, duro e precioso.


É porque sabemos que sem a platéia não há troca e é isso que precisamos.


Nesses últimos dias que antecedem o apresentação, as pessoas vem comentar naturalmente. Isso nos deixa muito orgulhosos. Sabemos que a curiosidade aumenta, principalmente porque com o reconhecimento vindo do Ministério da Cultura, é natural que todos queiram saber e ver de perto o que é isso.

E nos enche de orgulho saber que um selo dessa natureza é respeitado pela população. Quem bom compartilhar isso com os amigos e colegas do Alto Tietê.

Serão momentos inesquecíveis.

III Mostra de Artes Cênicas do OPERETA

Apesar da ajuda sempre complicada da Prefeitura de Poá e da cidade não ter nenhum rastro de que fará uma política cultural decente para a cidade, a Associação Cultural Opereta está realizando a III Mostra de Artes Cênicas.

Com uma programação ótima - onde mesclam espetáculos da região com a da cidade de Sâo Paulo - a população de Poá e região poderão apreciar grandes apresentações e mostrar para o então prefeito Testinha (PDT, PSDB, DEMo, PFL - é tudo a mesma coisa) que cultura é um patrimônio que não pertence a um gestor público: pertence a seu povo.

Sua manifestação é efetivamente independente das querências do governante. Obviamente que ele desconhece isso porque é retrógrado, conservador, reacionário e autoritário - como os seus antecessores Roberto Marques e Eduardão.

Por isso, a resistência do Opereta é fabulosa. Se fazer arte no Brasil melhorou um pouco depois da gestão LULA, em Poá só piorou. Resta a nós, artistas locais, fortalecer esse movimento para que não deixemos que governantes como a desse senhor desgastem o imaginário popular que luta para trabalhar e também para se divertir.

Agora, é prestigiar a Mostra do Opereta e fortalecer as manifestações artísitcas da região que nunca estará a salvo enquanto governantes atrasados como esse aí estiverem no poder.

Força, energia e muuuito gás pro pessoal do Opereta e seus apoiadores.

pra programação entrem no blog:
www.mostraopereta.blogspot.com

Santa Madrugada da Estréia

Com os encontros de trabalho nas madrugadas, ganhamos confiança para acertar detalhes que estavam faltando. Foram horas difíceis pois o elenco, depois de um dia inteiro de atividades, ainda era cobrado a dar o máximo de si numa montagem onde todos devem colocar seu corpo a disposição do jogo ininterrupto que é proposto.

Mas também serviu para trabalhar a exaustão e impedir que a nóias fossem maiores - não que não tivesse aparecido - mas serviu pra gastar a energia da nóia para a energia do trabalho e força pra continuar.

Hoje, o grupo percebe mais do nunca a importância de estar a beira de uma estréia. Desde Vidros, o grupo não estreou nenhuma peça e parece que tínhamos perdido um pouco dessa sensação. Agora com Antígona, essa responsabilidade é retomada e todos os meses de trabalho ininterrupto será trocado com a platéia que estará presente.

A estréia - que será tratada num outro tópico - deverá ser muito celebrada. Nos meses que ficamos juntos, tivemos que passar por várias dificuldades e, por conta disso, outras tantas superações. Num processo onde a contextualização política para trazermos esse espetáculo a tona foi intenso, seria natural que algumas pessoas saissem, que nem todos sacassem a responsabilidade do seu personagem e da sua importância para o outro em sala de ensaio.

Agora, com os detalhes prontos, os ensaios já resolvidos na nossa cabeça, o senso de responsabilidade em dia, o cenário, figurino, maquiagem e acessórios finalizados, a tranquilidade só será quebrada pela ansiedade da estréia.

Mas isso já será um outro assunto.