Percebo
que não há novas formas de pensar arte. Fazer valer o que acreditamos já é uma
luta contínua de convencimento seja pela razão, seja pelo sentimento, seja pela
sensação.
Tocar
o outro em suas armaduras cotidianas não é missão que se conquista com dúvidas.
É preciso ter foco. Também admitir que as pessoas mudam e nem sempre essa
mudança é pela arte transformadora. Hoje em dia é mais fácil que ela seja pela
arte “econômica”: aquela quando a gente só pensa em determinadas conquistas
materiais através de atividades artísticas.
Essa
ilusão – típica num mundo capitalista que nos faz acreditar muito nessas
conquistas – é uma armadilha.
É preciso coragem para admitir isso. Os
“exemplos” de conquistas econômicas com arte fazem parte dessa ilusão. Todo
reconhecimento também é um reconhecimento que precisa se enquadrar nos moldes
aceitáveis pela ordem econômica vigente.
Por
isso que, para aqueles que decidem arte como uma legítima manifestação humana
de transformação pessoal e da possibilidade da transformação do outro (o que
aprecia a obra em si) devem entender que esse é um caminho justo, possível, que
se completa em várias etapas e que não está sujeito a apreciação livre e sem
julgamentos (dos) poderosos.
Acreditar numa arte transformadora é acreditar que o ser humano é passível de mudanças. Sejam elas pequenas ou grandes, duradouras ou repentinas, prazerosas ou dolorosas, imediatas ou de efeito retardado, a arte tem essa capacidade e trabalhar com essa capacidade é que nos move (ou deveria nos mover).
É preciso coragem! Friso.
ResponderExcluirFriso (parte) 2
ResponderExcluirAcredito também que a mudança acontece primeiramente no artista, transformado ele desengata a possível ação de mudança no outro.
ResponderExcluirConcordo com Patrícia, pois qualquer mudança é sempre fruto de uma mudança interior, um novo olhar para o já visto, um novo fazer para o já feito. O que não invalida o posicionamento do Fernandes Junior, ao sentir o peso da ordem econômica. O que fazer? Seguir em frente, pois não se "faz" arte, a arte é que nos faz... Abraços.
ResponderExcluirVerdade. São posições e análises que se complementam.
ResponderExcluir