sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O BÁSICO FUNDAMENTAL


Percebo que não há novas formas de pensar arte. Fazer valer o que acreditamos já é uma luta contínua de convencimento seja pela razão, seja pelo sentimento, seja pela sensação.

Tocar o outro em suas armaduras cotidianas não é missão que se conquista com dúvidas. É preciso ter foco. Também admitir que as pessoas mudam e nem sempre essa mudança é pela arte transformadora. Hoje em dia é mais fácil que ela seja pela arte “econômica”: aquela quando a gente só pensa em determinadas conquistas materiais através de atividades artísticas.

Essa ilusão – típica num mundo capitalista que nos faz acreditar muito nessas conquistas – é uma armadilha. 

É preciso coragem para admitir isso. Os “exemplos” de conquistas econômicas com arte fazem parte dessa ilusão. Todo reconhecimento também é um reconhecimento que precisa se enquadrar nos moldes aceitáveis pela ordem econômica vigente.

Por isso que, para aqueles que decidem arte como uma legítima manifestação humana de transformação pessoal e da possibilidade da transformação do outro (o que aprecia a obra em si) devem entender que esse é um caminho justo, possível, que se completa em várias etapas e que não está sujeito a apreciação livre e sem julgamentos (dos) poderosos.

Acreditar numa arte transformadora é acreditar que o ser humano é passível de mudanças. Sejam elas pequenas ou grandes, duradouras ou repentinas, prazerosas ou dolorosas, imediatas ou de efeito retardado, a arte tem essa capacidade e trabalhar com essa capacidade é que nos move (ou deveria nos mover).

5 comentários:

  1. É preciso coragem! Friso.

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  2. Acredito também que a mudança acontece primeiramente no artista, transformado ele desengata a possível ação de mudança no outro.

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  3. Concordo com Patrícia, pois qualquer mudança é sempre fruto de uma mudança interior, um novo olhar para o já visto, um novo fazer para o já feito. O que não invalida o posicionamento do Fernandes Junior, ao sentir o peso da ordem econômica. O que fazer? Seguir em frente, pois não se "faz" arte, a arte é que nos faz... Abraços.

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