segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fiz o que Tinha de Fazer

A Troupe Parabolandos realizou um encontro muito sensivel nesse domingo (20/12/2009) na 4ª Edição do Panetone Cênico.

Com a apresentação do mais novo espetáculo do grupo, O Conto de Beatriz, o grupo avança em conceitos que já faziam parte das pesquias que realizavam e que, agora, se mostra mais amadurecido.

A peça abre uma outra chave na cabeça da platéia que já vem acompanhando as peças anteriores. Cenário, figurino, maquiagem e a própria interpretação fazem toda diferença pra contar a história de uma menina que não consegue levar adiante suas vontades e é obrigada a perceber que o mundo não é movido a meritocracia.

Por optarem numa montagem ligada a um tipo de fábula, conseguimos transportar essa história pra qualquer lugar, em qualquer tempo a partir do repertório de cada um. Até parece óbvio não é mesmo?

Mas não é.

Na região, poucos grupos se preocupam com esses cuidados estéticos. Querem contar uma história e não refletem sobre ela. Tem grupos que praticamente usam a roupa do dia-a-dia em cena e acham que isso não informada nada, ou pior, acham que informa uma coisa e acaba informando outra. Pura falta de reflexão e pesquisa sobre o tema.

E não é o fato de serem amadores ou profissionais. É que em grupos de teatro, principalmente aqueles que conseguem permanecer juntos por um tempo, de tanto fazerem peças juntos, chega uma hora que acontece um fenômeno que chamo de 'ENCONTRO".

Um encontro, em primeiro lugar, dos atores e atrizes em cena. Nesse caso é perceptível como todos eles se apoderaram dos elementos cênicos propostos. A peça está na mão do elenco. Para onde quer que a platéia olhe, lá verá o personagem e seu conflitos internos revelados.

Um encontro entre texto e montagem. Ao escolher um texto meio fábula, aprofundam o tema que já norteia o grupo (ABsuRdO) e acertam na mosca.

Um encontro entre grupo e platéia. Essa montagem trata a platéia com respeito ao mostrar, sem pieguice, com uma história pode ser contada e passar grandes sentimentos e posturas perante a vida. E trata a platéia com inteligência - coisa rara hoje em dia em montagens.

Sendo assim, eu, que estive na platéia, me senti muito privilegiado em estar junto de amigos tão queridos, tão competentes e tão parceiros do Teatro da Neura.

No encontro deles, vejo o nosso também.

4 comentários:

  1. Cidovisk meu tutor, agora foi minha vez de chorar...
    Obrigado pelas palavras, isso é um renascimento de esperança...
    Na verdade o que eu entendo é que só precisamos disso: "Fazer oque temos que fazer"
    Amo vocês neuróticos!

    rafa maracondes
    Diretor da Troupe Parabolandos
    www.semi-deus.blogspot.com
    www.parabolandos.blogspot.com

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  2. Olha,

    sem dúvida "O Conto de Beatriz" é, como vc disse, o ENCONTRO da troupe. De uma forma tão bonita e até simples o grupo mostrou o que passa a ser a partir de agora o trabalho, amadurecido, do parabolandos. Estou vendo isso não do ponto de vista de técnico/integrante do grupo, mas como diretor de outra cia da cidade que acredita que o teatro da região tem mto o que crescer, e com certeza a troupe abriu as portas para isso acontecer..

    Parabéns Troupe! Valeu Cidão pelo reconhecimento do trabalho! E aos outros, é hora de acordar.

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  3. Cido querido, obrigadaaa
    que lindo poder ler isso!!!

    Não seriamos nada se não fosse o encontro...
    Por isso eu deixo aqui meu muito obrigada à todos que estão conosco como vocês,a Troupe Parabolandos e a toda fãmília...

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