segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A arte e o ser coletivisado

Há uma dificuldade imensa em se manter a estrutura de teatro de grupo. Mesmo em se tratando de uma arte coletiva, tanto na criação, como na concepção e principalmente na exibição, fazer isso em grupo é uma tarefa desgastante e que fragiliza as relações com o passar dos tempos.

Para isso o olhar interno será importante na medida em que é possivel conquistar avanços principalmente para aquilo que se pactuou coletivamente. E aí, pactuado, as diferençass e problemas no meio do caminho serão superados.

O fato é que estamos falando dessa coisa de arte e seus fazedores geralmente não conseguem perceber que estão a disposição dela  não são a arte. Mas acho que, na maioria de seus fazedores, a arte passa a ser um instrumento para propagar seu ego, suas inseguranças, suas fraquezas.

E no mundo capitalista geralmente isso é usado para tentar estar no mundo coo uma estrutura competitiva.

Obviamente que não dará certo!

A arte lida com outros valores e se propaga a partir de sentimentos que fazem o ser humano avançar em sua humanidade e não na sua espécie. E nós só avançamos porque foram as circunstâncias - mesmo adversas - que usamos para continuar juntos que fizeram sentido pra nós.

E quando o ser humano não propaga esses valores, não está no caminho da arte e, portanto está excluso do processo de formação da essência que nos fez chegar até aqui.

Quando o artista não compreende seu papel dentro desse contexto, talvez ele não saiba, mas está ajudando a perpeturar a arte como manifestação, mas não é seu instrumento de avanço. É um marionete da arte e lá ficará como punição - sim a arte pune! - por não se servir como instrumento de sua eterna procura do efêmero.

E artista que não está preparado pro efêmero, não está pronto para o convívio coletivo que a arte precisa. E também não está preparado para o teatro de grupo.

É pena.


Um comentário:

  1. São muitos conceitos, Cidão. Arte e Competitividade, Arte= propagação do ego, punição da arte. Sei que a intenção deve ter sido simplificar, e acho que entendi a reflexão, mas também acho tem uma discussão imensa no meio do post. A pressão que as pessoas (todas, não só os artistas!) sofrem do sistema capitalista é algo monstruoso. Essa pressão interfere em tudo e não é diferente com o artista e com a arte desse artista. Nesse contexto a necessidade que todos têm (teatro de grupo inclusive) de recur$o$ continua definindo muito as ações e posicionamentos individuais e coletivos.

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