quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Coisas afins
Esperamos que consigamos melhorar a nossa profissão, o nosso pensamento e assim construirmos um mundo mais solidário, justo , amigo e atento às suas transformações.
Penso aqui com meus botões que o Ato Falho passará por uma nova cara. Vou ver o que posso fazer pra melhorar a bagaça toda contando sempre ocm os amigos que sempre bisbilhotam por aqui.
Do mais, pra finalizar a última postagem do ano porque ninguém tá com tempo mesmo:
Força, pra nós
domingo, 12 de dezembro de 2010
Cultura perde orçamento em Mogi
E quando a gente pensa que as coisas estão ruins, parece que pode piorar.
É possível que o orçamento da Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes (SP) que já era pouco girando em torno de 1 milhão de reais, para o ano que vem cairá para 700 mil.
Incrível imaginar que uma cidade que, se não me engano é a cidade do Alto Tietê que mais possui Ponto de Cultura, não conseguiu compreender o quão pode ser importante para seus habitantes, se o orçamento e suas políticas de uso ampliarem para que mais pessoas possam usufruir de suas práticas artísticas cotidianas.
A falta de conceito do que é público e o pensamento limítrofe que os gestores públicos tem me levam a pensar que, mesmo desanimando naturalmente com uma notícia dessas, agora é a hora de refletir sobre essa prática, ver o histórico de quem a leva a cabo e preparar campo para um boa conversa com aqueles que estão ao nosso lado e denunciar diariamente essa postura atrasada que ainda somos obrigados a conviver.
Minhas forças não são poderosas mas são companheiras.
Para tanto, estou aqui solidário a essa luta que ano que vem será mais dura, mais sofrida e obrigará a alguns, infelizmente, a desanimar frente a importância que o poder público deve ter perante seus cidadãos. No nosso caso é cidadão quem recebe a obra artística e também aquele que faz a obra.
Vamos em frente amigos artistas. Estamos apenas começando uma luta que, espero, tenha um fim logo. Mogi é uma bela cidade e com grandes artistas. Não merece essa falta de compromisso que seus dirigentes querem fazer acreditar.
Juntos, seremos mais.
E juntos estamos.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
A Mostra de Referências Teatrais vai... e nós ficamos
Depois de uma boa Mostra de Referências Teatrais - a 6ª edição - com espetáculos de grande porte e excelência artística, é chegada a hora de colocarnos sobre nós um olhar mais atento.
Hoje estamos numa sinuca de bico perigosa. Sem políticas públicas na região que efetivamente possibilitem que os grupos produzam seus espetáculos sem implorar de joelhos - e mesmo implorando muitas vezes não conseguem - as produções locais tendem a sempre ficar abaixo do esperado e fortalecer a idéia péssima de que "o que vem de fora é melhor do que está aqui e por isso o que está aqui não vale a pena ser prestigiado".
Se as peças servem como referência para nós que conseguimos identificar os avanços no teatro de pesquisa e ao mesmo tempo pode ajudar na formação de público - outro tema importante a ser tratado aqui - quando eles vão embora deixam aqui uma cidade e região com políticas de balcão ou nenhuma política de fomento a produção cultural.
É chegada a hora de refletir sobre a importância na Mostra num momento onde ela, quando nasce da vontade de grupos em trocar estéticas, passa a trabalhar com a mesma lógica sobre a qual lutamos por aqui, ou seja, o que é de fora é melhor.
A luta, que deveria ser de melhorar o olhar dos gestores públicos, passam a valorizar a Mostra como mais um evento e não conseguem entender que ela só tem validade se conseguirmos olhar pra dentro e avaliar o que deve ser realizado para a melhoria dos grupos da cidade.
Já que o poder público não olha para o lado de cá, devemos compreender as nossas causas e sacar que não teremos tempo muito grande pra conseguirmos fortalecer a nossa profissão para nós. Se nós não a defendermos, ninguém a fará.
Acho que é a nossa sina. Mas desconfio que estou pronto para avançar.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Flutuando
Até lá - e isso vai até o dia 05 de dezembro - infelizmente, as minhas colocações estão guardadas num canto especial do meu cérebro e, porque não, do meu coração.
Até
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Suzano comemora o teatro com a 6ª Mostra
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Carta do Teatro da Neura Pós Eleições
E ganha bem: 56%
Agora os reacionários estão revoltados. Compreendemos porque afinal, também ficaríamos se o facinora do Serra tivesse ganho. A diferença é que ficaríamos aqui mesmo no feriado prolongado enquanto eles devem dar uma decidinha pras suas casas da praia pra relaxar desse "dia difícil". E, como sempre, reclamando das estradas, da praia cheia de pobres enquanto paga os pedágios mais caros do país (dos pedágios eles não reclamam).
Mas devemos dizer que a nossa felicidade é imensa.
Porque, com essa eleição derrotamos a ditadura militar.
Derrotamos a Globo, a Folha de S. Paulo, o Estadão, a Opus Dei, a Veja, a Uol e tantos outros órgãos da imprensa que, desde 2002 não suportam o fato de terem sido expulsos da casa deles, ou seja, do Brasil.
Derrotamos os reacionários que nos primeiro turno estavam quietinhos e que, no segundo nunca enviaram um e-mail comparando propostas, mas enviando palavras de preconceito, ódio, intolerância.
Derrotamos o pensamento mentiroso de que não há direita e esquerda. Porque pela primeira vez, ouvimos palavras de pessoas que até então eram apáticas na política se manifestando e mostrando a sua cara. Assim se constrói a cidadania e o Brasil vai se consolidando como um autêntico país da América Latina e não como uma réplica mal feita dos países europeus.
Derrotamos também a mentira. Essa foi a derrota mais gratificante, porque sabemos que uma mentira contada várias vezes pode se tornar uma verdade e houve um bloqueio forte contra essa mentiras ou distorções da verdade. A verdade ganhou da mentira em 2010.
E, por fim, derrotamos José Serra. Desde 2002, quando perdeu pra Lula, veio construindo sua carreira política para esta eleição. Manipulou dados e construiu uma falsa sensação de que vivemos num Estado bom. Criou uma central de boatos virtuais comandada pela vira casaca e ex-VJ da MTV Soninha pensando que assim ganaharia a eleição. Tentou comprar o já vendido PV com ministérios. Ou seja, foi sem projeto pensando que o Brasil hoje vive sem projetos.
O Brasil não pertence a mentirosos. Que me desculpem os tucanos e anti petistas mas vocês acumularam ódio demais. E ódio demais não ganha a eleição num país generoso como o Brasil. Admito, também não gostamos de vocês, mas pelo menos podemos dizer que com o Lula o Brasil melhorou ao contrário do PSDB. Vocês tem que engolir isso. E engolir a seco.
Por fim, só temos a dizer: BYE BYE SERRA. Siga o seu caminho de derrotado. Você só encontra espaço em SP, porque no Brasil o seu espaço já acabou.
Mas numa coisa concordamos José Serra: VIVA O BRASIL !!!
sábado, 30 de outubro de 2010
Carta do Teatro da Neura a Dilma Roussef
Campanha dificil não é mesmo?
Afinal, lidar com um adversário como o Serra não é fácil. Não porque ele é um bom candidato e tal, mas porque a campanha que o PSDB, DEMo, PFL - é tudo a mesma coisa - implantou em 2009 e 2010 exige muita paciência, estratégia e, acima de tudo (principalmente em processo eleitoral) tolerância. Vivemos isso em Suzano também para a eleição que reelegeu Marcelo Candido prefeito da cidade.
Mas queremos que você saiba - nos perdoa essa forma de tratamento mais pessoal - que a confiança que depositamos só nos é possível porque percebemos as grandes transformações que o Brasil passou e não seremos ingratos. O Povo brasileiro não é ingrato. Já foi muitas vezes enganado, traído, deixado de lado, mas quando passa por experiências efetivamente importantes, demonstra sua gratidão também através do voto.
Pela primeira vez o povo brasileiro é capaz de ouvir a palavra projeto ao invés da palavra promessa.
Pela primeira vez o povo brasileiro consegue não entender direito dessa coisa de bolsa de valores, capitalização do pré sal, mas sabe que isso tudo melhorou porque ele pôde comprar TV, DVD, Geladeira, Fogão, Moto, Carro e construir, através de seu trabalho, sua auto estima e dignidade.
Pela primeira vez o povo brasileiro viu seu país sendo reconhecido internacionalmente e, por surpresa da maioria, a conquista de sediar eventos importantes como a Copa do Mundo e Olímpíadas.
Pela primeira vez o povo brasileiro viu o Nordeste tendo investimentos reais que, de um lado proporcionará o fortalecimento da região a médio prazo com desenvolvimento e geração de empregos e também o corte da miséria com programs sociais.
Pela primeira vez o povo brasileiro olhou para o seu presidente e se viu nele.E o povo brasileiro viu muitas coisas pela primeira vez Dilma. E sem sabermos, você estava de perto acompanhando tudo.
É claro que os ricos não gostam disso. Eles sempre vão tentar desmoralizar você porque você é mulher, é amiga do Lula - um cara que eles nunca admitiram mas tiveram que engolir por conta da afinidade dele com o brasileiro - e porque você vai governar pra todos - inclusive pra eles também.
Não nos estenderemos mais a não ser pra dizer que, quando o Teatro da Neura te escolheu como presidente, escolheu por um Brasil forte e que dará exemplo pro mundo ao eleger uma mulher como presidente num país de dimensões continentais e em plena expansão econômica e humana.
Estaremos em boas mãos e sabemos que seremos ouvidos nas nossas reivindicações até porque você sabe que vamos participar desse governo dando uns palpites aí num é mesmo?
E, para não perder o costume: Bye Bye Serra. Que venha Dilma para fazer o Brasil brilhar.
Tinha que ser uma estrela mesmo.
Até a vitória
Teatro da Neura
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Carta do Teatro da Neura a José Serra
Nada pessoal, mas é que amigos não se tratam mal e, vamos convir o Sr. é um péssimo amigo: o Sr. mente sobre sua vida pública, difama adversários políticos e profissionais que são contra os seus pensamentos, engana uma parte da população com os seus 250 milhões em publicidade que seu governo emplacou desde o início de sua gestão no governo de São Paulo e distorce informações para o que nós chamamos de eleição e o Sr chama de vale tudo pelo poder.
Sendo assim, não é nosso amigo.
Mas também não estamos aqui para querer nenhum tipo de convivência, até porque já convivemos muito com o Sr. no tempo que governou o Estado e, sendo assim, já sabemos suas práticas.
Estamos aqui para que saiba que não votaremos no Sr. E declaramos isso por motivos simples até, nada muuuito complexo.
Não votaremos no Sr. porque, convenhamos, o Sr. entrou na hora errada na história brasileira. Quando, em 2002 disputou a primeira eleição com o Lula, o povo queria mudança depois de tantos anos de atraso e desemprego que o governo FHC proporcionou aos brasileiros e o Sr. representava a continuidade. Hoje, depois de 8 anos de sucesso na economia, politica e avanços sociais, o povo quer continuidade e o Sr. representa a mudança. É pena, mas o Sr. está na hora errada da história do povo brasileiro;
Não votaremos no Sr. porque mantém a seu comando uma central de boatos na internet que visa não mostrar seus trabalhos - normal já que não tem nehum - mas sim difamar Dilma que, sem atacar em nada o Sr. continua na frente em todas as pesquisas. Mas nós temos a informação do nosso lado também. E com isso o Sr. não contava.
Não votaremos no Sr. porque desconfiamos numa pessoa que precisa se auto afirmar como "Serra é do Bem". Quem é do Bem mesmo não precisa ficar afrrmando isso em campanha política e não bate em professores;
Não votaremos no Sr. porque o Sr. quer distorcer na cabeça da população brasileira a mentira. A palavra para um brasileiro, Sr. José Serra é muito valiosa e fazer uma campanha a base de mentiras é muito feio. Deve ser porque essa é a sua prática desde que se candidatou a prefeito de SP e disse que não abandonaria o governo;
Não votaremos no Sr porque o Sr. não tem projeto. Vive na época de promessas da década de 80. E tudo o que o Sr. promete coloca em risco as contas brasileiras. O Sr. que é economista deveria saber disso.
Não votaremos no Sr. por vários outros motivos, mas acho que por hora esse já nos basta.
Mas só pra constar nos autos, o Sr. não nos engana e não engana a maioria da população brasileira que já escolheu uma mulher para presidente. O Sr., como é machista, deve estar com muita raiva. Mas não se preocupe: ainda terá um Estado conservador como o de SP para governar. Mas apresse-se, porque estamos chegando.
Sem mais.
Cordialmente.
Teatro da Neura
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Artista vota no Serra?
1 – Acha que a Lei Rouanet não deve ser mexida porque é coisa nada a ver com o Governo Federal de se enfiar na iniciativa privada porque o mercado é acima de tudo e todos e mexer nisso é fazer ingerência onde não se deve. (Geralmente quem acha isso não sabe o que é ingerência, detalhe);
2 – Acredita que, uma vez que São Paulo tem mais habitantes, deve haver uma concentração maior em editais públicos no Estado – mais especificamente na cidade de SP – porque aqui estão os melhores produtores, (ops) digo, fazedores de cultura do país. Até porque, quem quer ver esse povo da cultura popular com suas roupas esquisitas a não ser lá no Nordeste: essa gente que, aqui em Sampa a gente carrega nas costas.( esses, em específico, acham que Hitler foi um cara mau, mas hiiiiper inteligente);
3 – Acha um absurdo cobrar meia entrada para seus espetáculos pra estudantes uma vez que os custos de produção nunca saem pela metade, mas sempre pedem pra alguém da UJS, UNE, UBES ou algum derivado uma carteirinha de estudantes falsa pra poder entrar com meia entrada em cinemas quando estrear algum filma da Warner Bros, Universal ou até mesmo o Tropa de Elite que estréia agora no dia 08/10. (nessa jora eles muito levantam a bandeira do comunismo pedindo direitos iguais aos dos estudantes);
4 – Jogam lixo no chão, desperdiçam comida. Demoram no chuveiro, fazem da vida a lógica do cada um por si e deus – no minúsculo mesmo – por todos, mas resolveram votar na Marina Silva porque ela tem um jeito diferente de cuidar do planeta e deixar mais sustentável. (e, óbvio, vão incrementar as contas da Natura, aquela emrpesa que está sendo acusada de roubar matéria prima de um de seus produtos de indígenas do Centro Oeste do Brasil e que seu presidente foi vice na chapa da ex ministra – sim, no minúsculo mesmo);
5 – Por fim, ler esse texto e, apesar de se reconhecer e ter que engolir a seco, não assumir que votará no Zé Serrador porque artista desse porte não assume seu voto porque ele é secreto como manda a Constituição. Coisa de classe média.
OBS: pra vc que ainda não entendeu o pensamento da classe média brasileira – não aquela que subiu no governo Lula/Dilma – 32 milhões – mas aquela da época FHC/ Serra, aconselho a ler esse blog: www.classemediawayoflife.blogspot.com
terça-feira, 21 de setembro de 2010
O Artista perdido em si mesmo
Perceber esse lugar no mundo é fundamental. A partir dessa sacada, o artista é capaz de aglutinar força com os seus, construir parcerias, planejar suas ações a curto, médio e longo prazos e, principalmente conceituar sua obra e colaborar para a formação de público.
E é nesse ponto que percebo que devemos focar.
Na falta de planejamento de grupo (com ações que só cabem a si próprios) e de classe (percebendo seu entorno e unindo forças em torno de um projeto coletivo) os grupos ficam trabalhando à deriva e se esquecendo que aí reside a vitória secular contra a popularização das artes como um todo e a falta de políticas culturais consistentes que nos ajudem a trabalhar com mais tranquilidade.
Ficam vivendo de eventos esporádicos achando que isso por sí só já basta para que seu trabalho seja "reconhecido" e assim possa ganhar mais visibilidade. Bobeira sem tamanho.
O que faz seu trabalho ser reconhecido e ter respaldo é o quanto de ética você leva pra ele, o quanto de generosidade você está disposto a desprender pelas forças coletivas, pelo grau de comprometimento que você terá para deixar a sua obra com qualidade de estética (pensamento) e cênica (produção e circulação da obra) e não ficar mendigando apoios do poder público.
Poder público não é balcão. É uma entidade que só serve se for pra legitimar os resultados de acúmulos de lutas em pró de pensamentos que foram construídos para o crescimento da maioria da população. As lutas com o poder público é por leis, políticas importantes e abrangentes, construção da cidadania e, também no nosso caso, investir em projetos que vão na contramão da indústria cultural aí imposta.
Ah, mas sempre me esqueço que nós artistas não estamos dispostos a lidar com esses valores. Talvez porque não os temos; talvez porque queremos ser reconhecidos da mesma forma que a industria cultural faz com os lixos que hoje criticamos; talvez porque, ao não acreditar na nossa ética também não somos capazes de crer que exista uma ética; talvez porque não somos artistas: somos atores, atrizes, escritores, cantores, músicos...
E o mundo não precisa de atores, atrizes, escritores, cantores, músicos. O mundo precisa de artistas. E artista cobra do poder público sua tarefa e faz a sua enquanto cidadão.
E pra ser cidadão, deve-se ir pro sacrificio. Lutar por sí não é sacrificio. Sacrifico é lutar pela construção coletiva. Com ou sem poder público. Porque ele passa, mas a arte sobrevive.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
A próxima peça será uma comédia.
Depois de montagens das mais variadas, achamos que uma comédia seria uma boa pedida. Essa vertente bem saboreada nos encontros pessoais do gtrupo vai virar cena. Não que as nossas peripécias irão para o palco, mas é que decidimos experimentar essa técnica tão elaborada ,complexa, perigosa e divertida que é exercitar o riso.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Quem for da Muralha levanta o ego!
Tudo bem que o nosso amigo russo é para a maioria do pessoal do teatro o que Karl Marx é para a maioria dos socialistas - todos falam mas ninguém leu. Mas isso é um tema que um dia entrarei com mais afinco.
Mas tem um tema que Stanislavsk trata - e não é velado não - que é nossa postura ética perante a vida, os outros, a profissão. A prova que todos falam mas ninguém leu está exatamente nesse ponto: vamos pra cena para sermos bons atores, mas esquecemos que estar em cena com uma postura ética que nos antecede.
E aí vale tudo: passarmos por cima de pessoas próximas, tentar desestruturar colegas de profissão, não ser generoso em cena e pensar somente "na sua parte", não se preparar para dar aula/workshop/oficina/ESPETÁCULOSABERTOSPARAPOPULAÇÃO!!!!!!!!!!!!!!! e coisa simples assim. hunf!!
Ética não é algo que se constrói no discurso. E uma luta voraz que devemos ter em todas as nossas práticas porque o sistema que nos colocam é injusto, cruel e implacável. Portanto, lutar na vida com ética é chegar depois que os outros em alguns lugares.
Não basta chegar; temos que chegar primeiro para olharmos pra trás e dizer - para ninguém a sua frente porque não há mais ninguém - que você chegou com o "seu próprio esforço e com muitas dificuldades".
E não queremos chegar depois porque muitas vezes, chegar depois significa chegar junto.
Mas por que chegar junto quando o legal é chegar só pra se destacar no mundo cão?
Por que se disseminar com os outros lutadores quando o bom é ser general de si mesmo numa batalha que só você está travando?
Por que praticar a ética quando o legal é cuidar de se fortalecer deixando atrás de si, um rastro de egos inflados, vaidades de bijuterias e disputas por pirulitos?
Não sei.
Só sei que a ética não é o nosso Tendão de Aquiles. Ela é a nossa Muralha da China.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Cultura, violência e a direita encarnada
Serra mais uma vez mostrou seu profundo conhecimento (é uma ironia!) do impacto das políticas públicas de cultura para o desenvolvimento do país. Além disso, esbanjou coerência (outra ironia!).
Com o mote das campanhas voltado para a segurança pública, o candidato do PSDB, José Serra, propôs a expansão da rede de centros culturais do país como opção para afastar jovens carentes das ruas e do crime. “Os centros culturais tiram o jovem das ruas e permitem a ele aprender arte e ter cultura e lazer. Com isso ele se sente mais seguro de si mesmo, melhorando a autoestima e a socialização”, afirmou.O que o Serra fez ao verbalizar esta proposta é apenas explicitar o que a direita brasileira sempre entendeu por cultura: entretenimento, diversão e inutilidade. As políticas de cultura dos governos tucanos dialogam, historicamente, com as práticas dos governos mais autoritários e excludentes do país.
Divisão agora é armadilha contra nós
Não comentarei porque a maioria das pessoas começam a pensar em política em época de eleição, mas é fato dado. Então desencanemos.
sábado, 21 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Ivan Cabral manifesta seu apoio a presidência da república do brasil - sim, no diminutivo mesmo.
Nada Não. Só pra saber.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Essa coisa chamada Edital
Cada vez que um edital público sai para produção ou circulação em teatro nesse país, centenas de grupos vão com tudo na tentativa de conseguir trabalhar com mais dignidade, tranquilidade e garantir um pouco mais de sossego pra realizar a nossa profissão.
E aí mandamos na esperança de que nós, pobres mortais que fazem teatro fora dos grandes centros, possamos colaborar para a descentralização das verbas públicas no âmbito cultural. E aí vemos os mesmos fenômenos acontecendo: na maioria das vezes são grupos que já recebem algum tipo de subsídio ou patrocínio ou fomento que são contemplados.
Não é a intenção de tirar o mérito e a importância desses grupos no que se refere as suas conquistas ao longo de suas lutas. Longe disso.
Mas também não somos bobos. Sabemos que também não é possível que somente cerca de 30 grupos no Brasil - e se for fechar aqui em São Paulo a coisa fica ainda mais restrita - sejam sempre aqueles que estão habilitados a conquistar a chance de continuar seus trabalhos com dinheiro no bolso.
Então é importante ressaltar um ponto que deve-se fazer força:
Deve-se mudar a maneira de como os editais são anunciados. Concordo que a ficha técnica é hoje um ponto importante de avaliação paupável, mas também deve-se perceber que os grupos, malandramente, conseguem manobrar fichas técnicas porque sabem que este é um fator de relevância na hora de classificar o projeto.
Tem gente que está na ficha técnica mas não teve conhecimento do projeto. É fato. É lembrado, assina uma declaração e pronto: ganha uma graninha se o projeto passar sem estar envolvido diretamente com todo o processo de produção ou circulação. Ou seja, virou um mercado dos editais porque, ao longo de todos esses anos, os grupos já sacaram a fórmula e estão sobrevivendo mediante essa manobra.
Quando digo grupos, ainda ouso dizer que podem ser até agrupamentos: pessoas que se juntam e só vão fazer aquele trabalho se rolar a grana. E daí se não fizermos não é mesmo? Não estamos nisso pelo projeto; estamos pela grana num é mesmo?
Sendo assim, grupos da região do Alto Tietê, por exemplo, que possuem anos de pesquisa e também com a sua dignidade sendo construída ao longo de muito trabalho, suor, formação e luta contra administrações públicas que vira e mexe acabam privilegiando os de fora, simplesmente não terão oportunidade de conquistarem a experiência de conquistar nenhum edital porque não frequentar o circuito paulista.
Portanto amigos, temos duas lutas importantes. Uma a gente já faz que é fazer nossas peças sem nos preocupar com editais. A outra é que, seja como for, haja o que houver, é importante sabermos que as coisas são assim mesmo e que só mudará com muita luta e articulação política.
Mas será que estamos prontos a mexer no vespeiro que é edital público? Estamos preparados?
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Teatro de Referência X/ou/e Teatro Amador
Ouço as vezes um certo saudosismo em vozes teatrais quando se fala que o Teatro Amador é bom porque ele é experimental, sem medo de errar e que faz tudo isso por amor a arte. E criticam o teatro mais encorpado porque se distancia da platéia por querer elaborar mais o pensamento e assim levam o nome de "teatro cabeção".
Há quem diga que foi o teatro cabeção o grande responsável pelo afastamento do público nas salas de espetáculo - seja lá onde ela estiver.
Sem querer entrar no mérito - ainda - de qual é a responsabilidade do afastamento do público em teatro - se é que há isso-, é cabal pensar que o público dá para o espetáculo exatamente e na mesma proporção que o espetáculo dá para o público.
De alguma maneira misteriosa essa troca acontece. E quanto mais eu vejo boas peças, mas é perceptível alguns itens que sempre aparecem.
1) Conceito fechado no pensamento mas aberto na leitura: quanto mais o elenco entender o que está falando, sobre qual tema a peça trata e qual sua intenção em cada fala, em cada cena, mais claro será compreender o jogo. Porque o jogo deve ser trocado com a platéia. Ela quer brincar junto. Conceito fechado demais a platéia se desliga e fica pensando em outras coisas. Óbvio que não precisamos ser didáticos demais, mas devemos ter o conceito pronto. A platéia não é burra, ela joga junto, mas se jogamos com ela. Não a tratamos apenas como seres receptivos.
2) Qualidade técnica do elenco: não confundir com ficha técnica aceita no PROAC. Qualidade técnica passa por formação sim, mas nem sempre ela vem de uma educação formal. Vem da experiência de vida e também de experiência na área, com bons profissionais, éticos na sua conduta, parceiros no aprendizado, compreensivos no tempo de cada um. Desde os atores, passando pelos diretores, equipe técnica.
3) Trabalho de continuidade: isso é ferida grave e reconheço que é muito complicado. Como manter um grupo junto por tanto tempo? Não sei ao certo, mas é completamente perceptível a diferença de espetáculo de elenco e espetáculo de grupo. Óbvio que é possível que um grupo pertença a poucos integrantes e aí vamos chamando outros para comporem. Mas será continuidade dos trabalhos que criará uma relação entre o próprio elenco e desse elenco com o público. É como se a platéia seguisse aquele pensamento e fosse desvendando junto a evolução daquele pensamento. Se não há continuidade, o público também não continua. E não adianta enganar. Ou é de continuidade mesmo, ou é evento específico. E nesse caso a platéia até vai, mas sabe do que se trata.
4) Acabamento: nada melhor do que a gente ver que o figurino, a maquiagem, o cenário, a luz, a recepção e até mesmo os agradecimentos fazem parte daquilo que chamamos de espetáculo. Não é porque acabou a peça que a platéia se desligou do espetáculo. Mas isso até que é de menos. O que citei acima é fundamental para que fique a essência da proposta e não o improviso. Acabamento é um signo de um trabalho onde todo o conceito está amarrado e com ligação com a peça. Gente, chega de TNT né. Não importa se é bacana pra aquilo, mas não né.
Esses elementos já vejo que não terminam, mas já iniciam o pensamento - que não é segredo pra ninguém vamos combinar - se temos grupos amadores (agrupamento) ou de referência (em eterna formação).
Não esgota, mas já é um bom começo não é mesmo?
A propriedade nossa de cada dia
Filhos de um capital desenfreado, que a tudo confere preço, nos erguemos conforme é permitido. A cada um incumbe a respectiva dose de submissão, superveniência e obediência. Por vezes é letal.
Aos que lúcidos resistem talvez uma fatia do bolo, talvez um teco, quiçá uma migalha.
A duras penas surge um ou outro júbilo, nada ostensivo, nada ofensivo, apenas ferramentas.
Se tanto foi acumulado promiscuamente por alguns, porque, honestamente, um pouco não é dado aos muitos? As vezes acontece.
Surge um semelhante na desigualdade que, neste legítimo Estado Democrático de Direito, enfrentamos. Um dos nossos estrategicamente excluído para tudo aquilo o qual deverá sujeitar-se. Um eu, um você, moribundo, faminto, desesperado, sacana, malandro, bandido e covarde. Um homem inclinado a quaisquer vias em busca da satisfação globalmente sugerida. Um corajoso. Eis o um que, num súbito, te leva o que nem possui.
São vítimas confrontando vítimas num mesmo golpe.
Um esfomeado que come o pão de outro.
Que fazer quando o sistema arquitetou tocaias para nos manter em guerra? Se tenho, outro leva, se não tenho, ninguém dá.
A saída?
Há saída?
Anunciados estão dias difíceis, não por não ter, mas por necessitar. Nada, além da consciência, irá tapar a necessidade do que fica sem. Trata-se de um trabalho inverso, acostumar-se ao que falta.
Há trégua?
Em um Estado de todos contra todos só há vítimas.
Vítimas devorando vítimas.
Um dever moral é o que nos impede de praticar o mal. A lei existe, punições também, mas é uma diligência particular, um atributo do comportamento humano, o que nos faz respeitá-la.
Não há lei que obrigue a obedecer a lei.
O que há são consciências humanas que embora esgotadas e devastadas, permanecem na prática incessante do bem.
A possibilidade de Ter é direito fundamental.
Saúde, educação e moradia também o são.
Um Estado incapaz de propiciar aquilo que se auto-propos, herança de uma economia altamente internacionalizada durante os anos de chumbo, resquícios de governos elitistas mantenedores de massas incessantemente excluídas, reflexos do dinheiro invisível que nada produz – a inigualável invenção dos juros – dentro da tão sonhada globalização, só fazem aumentar a separação de classes já divididas.
Propaga-se aos quatro cantos tudo que se deve ter, omite-se que os meios estão indisponíveis.
Muitos caem.
Trata-se de um controle social eficaz, uma opressão utilizada com bom-senso.
Ninguém percebe.
Diz-se que somos livres e agraciados com idênticas condições de desenvolvimento.
Não somos.
Daí as emergenciais políticas públicas de inclusão que o Governo Federal executa na forma de medidas afirmativas. Busca-se um idealizado patamar de igualdade, ou ao menos diminuição nos níveis de desigualdade, apenas isto propiciará idênticas condições de evolução aos brasileiros, e, quem sabe, satisfará essa odisséia que se tornou o capitalismo no terceiro mundo.
Em vista de sermos muitos e ante ao serviço do branco norte-americano europeu praticado nessa Terra, não são dois mandatos de um governante popular que irá sanar o prejuízo que a História registrou.
Vítimas seguem vitimizando.
Proponho: Roubem o deles! Saquem bancos!
E, por ora, Ter é negócio arriscado.
Larissa Scripiliti,
roubada desde que nasceu, nada tem.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Ficha Limpa tira Estevan das eleições. Sai fora rapá!
DE SÃO PAULO
O candidato a vice-governador impugnado é Aldo Josias dos Santos, do PSOL.
Dentre os postulantes a deputado federal, estão os nomes de Renato Amary (PSDB) e Guilherme Campos Júnior (DEM), que tentam a reeleição.
Entre os que tentam uma vaga na Assembleia Legislativa, foram impugnados Edmir Chedid (DEM), João Caramez (PSDB) e Mauro Bragatto (PSDB). Cada um deles detêm atualmente um mandato de deputado estadual.
Outro nome neste lista é o de Maurício de Oliveira Pinterich (PSDB), que foi subprefeito em São Paulo.
Com as impugnações divulgadas hoje --a segunda das quatro listas que a Procuradoria vai fornecer--, o número total chega a 31, já que na semana passada o Ministério Público Eleitoral já havia barrado 15 pedidos de registro.
Após as impugnações, os casos são julgado pelos TREs e em seguida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Confira a lista dos impugnados nesta segunda lista:
Vice-governador
Aldo Josias dos Santos - PSOL
Deputado estadual
Edmir Chedid - DEM
João Caramez - PSDB
Mauro Bragatto - PSDB
Maurício de Oliveira Pinterich - PSDB
Gilberto Macedo Gil Arantes - DEM
Nézio Luiz Aranha Dartora - PSDB
Raimundo Taraskevicius Sales - Coligação PSDB/DEM
Ataíde Souza Pinheiro - PSOL
Paulo Henrique Pastore - PTC
Ricardo Rodrigues Peirera - PC do B
Estevão Galvão de Oliveira - Coligação PSDB/DEM
José Luis Ribeiro - PSDB
Deputado Federal
Airton Garcia Ferreira - DEM
Guilherme Campos Júnior - DEM
Renato Amary - PSDB
domingo, 25 de julho de 2010
O teatro de grupo em uma de suas missões
O teatro de grupo é ainda a ferramenta que mais rendeu frutos estéticos nos últimos anos. Com sua estrutura de continuidade, com ele é possível estabelecer repertório, segurança do público quanto a linha que o grupo age formando platéia para o teatro e ainda por cima consegue discutir - sem maiores repressões - o tempo em que vive.
É como se, pelo simples fato de um grupo querer falar algo, já basta. Não há reflexão sobre o tema. O que importa é a história a ser contada. Assim, o grupo sai de um processo da mesma forma que entrou e sua estética nunca muda. Fica naquilo e contente-se com isso porque "é a nossa forma de dizer". (urgh!!)
E não estamos dando conta do recado. Com um detalhe: eles pagam pra ver nossa incompetência e ninguém merece isso.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Um ode ao falso patriotismo.
Estamos em um ano extremamente importante para o Brasil. Um ano em que determinaremos se queremos continuar progredindo ou vamos voltar a estaca zero. Além disso, podemos ter, pela primeira vez em sua história, uma mulher presidente da república, em meio a histórias macabras de modelos e advogadas assassinadas, o que mostra que pouco avançamos no que diz respeito a discussão de gênero nesse país. A mentalidade ainda é muito machista e, junto com a campanha política, temos que trabalhar a mudança de pensamento de uma grande parte da população.
Nesse meio tempo, tivemos uma Copa do Mundo. Na África do Sul, o que é muito bacana, pois nos aproximamos desse continente que o mundo teima em fingir que não existe. Ao mesmo tempo, uma "romantização" desse continente que tem guerras e confrontos civis que o mundo também teima em esconder. Mas tudo se justifica pelo futebol, não é mesmo? Inclusive gente que odeia o Brasil usar bandeirinhas no carro, colocar bandeiras na janelas de casa; bandeiras essas que serão jogadas fora depois do mundial. E com certeza, grande parte dessas pessoas nem estão preocupadas com o processo eleitoral que se desponta.
Quem vos fala é uma amante do futebol. Sim, desde os 08 anos assisto as partidas, acompanho os campeonatos estaduais, nacionais e mundiais. Uma fiel torcedora do Sport Clube Corinthians Paulista, desde o nascimento. Mas não dá pra colocar tudo no mesmo saco. É impossível achar que alguma coisa no Brasil vá mudar com um título mundial a mais ou a menos. Não dá pra virar as costas para o que está por vir. Não dá pra se importar com o país apenas de quatro em quatro anos.
Mas é lógico que não será meus inocentes apelos que farão com que a coisa mude. É uma natureza criada por anos de ditadura militar nesse país, seguida pelos 8 (fatídicos) anos de governos FHC. Ser politizado (que não se entenda partidário; apesar de não ver problema nisso) é uma grande bobagem, digna de zoação, caras-tortas, desrespeito. Quanto mais alienado e edições do Fantástico eu assistir, maior a minha capacidade de "influência" com os meus. Realmente, a ordem está trocada.
Futebol é diversão, não é ordem do dia. E agora, como se nós não tivéssemos questões suficientes pra discutir, o estado de São Paulo discute se sediará jogos da Copa 2014. Mas calma, amigo paulista, o Lula entrou na briga e com certeza, com a influência do estadista mais importante do mundo, esse jogo vai virar. http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/07/estou-disposto-entrar-nessa-conversa-diz-lula-sobre-copa-em-sp.html
Que bom que a próxima presidente da república será uma mulher. Só nos resta saber se os "patriotas" farão juz ao rótulo no dia 03 de outubro.
Tuane Vieira
Atriz do Teatro da Neura, corinthiana, maloqueira e sofredora.